1.2 - Revenge is something you eat cold

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Afrodite estava finalmente em paz com seus pensamentos, não conseguia entender o motivo de seu filho e a filha de seu tio, Eleanor, estarem tão obcecados por aquele garoto.

Ele nem era tão belo assim, era o que pensava. E estava um pouco desapontada com sua prole, por cair de amores por um mortal, ainda mais aquele do qual tirava seus créditos, afinal, ela é a deusa da beleza, e não aceitaria que seu filho estivesse vinculado com aquele garoto.

Ainda nutria raiva pelo mortal, ele havia sido o culpado do seu filho estar disperso em suas tarefas e ainda pior, a entrada de outro humano naquele lugar no qual ela considerava sagrado. E só o pensamento de que aqueles dois haviam andado pelo seu belo jardim a fazia ficar ainda mais furiosa.

Estava uma manhã revigorante, em sua opinião, tinha toda a atenção dos servos para si desde que vira o garoto mortal sumir diante de seus olhos, mas admitia que havia se divertido diante de toda confusão que causou com os garotos.

Pensava sobre como sua diversão tinha desaparecido junto com o garoto dos olhos azuis que seu filho tanto admirava, e mesmo que fosse difícil admitir para si mesma, sentia falta de poder fazer seu drama sobre quere-lo longe dali. E, apesar da pequena porcentagem de saudade por aventuras, seu ser se enchia com a alegria da vitória, e a boa sensação de ter tudo ao seu gosto era maior do que qualquer outro sentimento.

Mas sua alegria durou pouco, pode ouvir passos enquanto uma fina voz ecoava através das belas arvores de seu jardim. Tinha certeza de que não era Harry pois conhecia muito bem a voz de seu filho, pensou que poderia ser algum de seus criados e procurava por todo detalhe que sua mente era capaz de se lembrar sobre eles. Mas antes que pudesse lembrar de todos eles, a figura do garoto que tanto mudou sua rotina apareceu diante de seus olhos e assim todas as suas duvidas se foram.

Caminhava entre as flores de seu jardim quando ouviu uma voz melodiosa que cantava qualquer coisa que era desconhecida para seus ouvidos. De primeira, pensou ser alguma das ninfas que pairavam pelo jardim enquanto cantavam para passar o tempo, porem logo percebeu que em todo o tempo que ficava por lá, não encontrara nenhuma por ali. Logo seu sentimento de vitória foi substituído por enorme raiva, só poderia ser aquele maldito humano no qual seu precioso filho fizera questão de desafiá-la ao deixar que ele permanecesse em seu território.

Apesar de querer expulsar o garoto imediatamente, sabia do medo de seu filho em relação a como os humanos entendiam a beleza, logo percebendo que este fato era um ótimo empecilho que talvez, impedisse com que ele tivesse se mostrado verdadeiramente para o humano que tanto perturbava seus pensamentos. Percebeu daí, uma oportunidade de por um fim naquilo tudo sem mais brigas com sua preciosa prole.

- é uma surpresa encontrar-lhes aqui novamente – declarou alto o suficiente para chamar atenção do adolescente. Por não saber o que responder, Louis apenas mexeu a cabeça em forma de concordância após virar na direção da voz, logo percebendo a quem pertencia.

Ainda não conseguia se concentrar com tamanha confusão de beleza na qual a mulher exalava, talvez fossem apenas seus olhos humanos, não acostumados a entrar em contato com seres divinos, e de certa forma isso o deixava sem jeito perto dela.

- Não entendo como meu filho confia o suficiente em um humano comum a ponto de trazê-lo até nossa casa – continuava a perceber a confusão exposta em sua feição – Vocês humanos sempre acabam caindo aos nossos pés, nunca imaginei que presenciaria a situação contraria.

- Perdão?

- Não se faça de desentendido quando tem passado noites com meu filho

- Então seu conselho de passar noites com alguém é um pouco diferente do meu – respondeu sem entender o que ela queria dizer, e logo um sorriso foi se formando em seus lábios ao perceber que o garoto acabara de lhe fornecer a informação que precisava.

- Percebo que ele não confia em você o suficiente – soltou a Deusa, sem conter sua felicidade ao estar certa – Sabe, poucos humanos foram sortudos em ver a real aparência dele nesses últimos séculos, e tenho certeza, que você está morrendo de curiosidade.

- últimos séculos? – sabia que tinha sido vitoriosa em alimentar ainda mais a semente de curiosidade do menino pela sua expressão, se deu por satisfeita e foi caminhando para longe enquanto ele a chamava de volta, sorria sem conseguir se conter. 

Eros | l.s [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora