0.9 - I feel I'm getting used to you

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Apesar do dia ter amanhecido em paz, ela não foi duradoura, quase que no mesmo estante em que Harry acordou um dos criados de sua mãe apareceu em seu quarto avisando que ela o convocava urgentemente. Agradeceu pelo aviso e logo foi arrumar-se para ir ao seu encontro, estava certo de que ela havia arrumado outro trabalho para si e não estava com a maior vontade de descer atrás de alvos para suas flechas naquela manhã.

Assim que pôs os pés nos aposentos de sua progenitora, percebeu a feição de felicidade e confiança estampadas em seu rosto, coisa quase que incomum naqueles dias. Pois assim que descobrira sobre o humano que o filho trouxera, sua felicidade estava sempre reduzida e as únicas feições que ela direcionava ao filho eram de desgosto e desentendimento.

- Está um belo dia, não? – saudou ao perceber a presença de Harry na sala

- Tão belo quanto a senhora, minha mãe – respondia calmo, mas queimava de ansiedade por dentro

- Vejo que seu humano ainda perambula pelo meu jardim

- Nunca estiveste tão feliz ao proferir tais palavras – Afrodite assentiu, ainda com a áurea de felicidade rodeando seu ser

- Digamos que tombei com algo peculiar noite passada – sorriu maliciosa, levantou-se de sua poltrona e começou a andar pelo cômodo - E talvez seja de seu interesse.

- Tombou?

- Faremos um trato, meu querido filho.

- Que tipo de trato? – estava receoso, mas sua curiosidade ganhava em questões de sensatez

- Eu te deixo ter posse do meu novo brinquedinho se você mandar aquele humano de volta ainda hoje.

- Não trocarei Louis por algo incerto – decidiu

- Vejo que se apegou a ele – havia uma pitada de desgosto em seu tom – mas terá que superar, humanos não podem viver aqui para sempre.

- Me prove que esse seu acordo tem fundamento

Afrodite parou de andar sem rumo pelo quarto e foi em direção a uma pequena porta quase que nos fundos do mesmo, de lá trouxe uma pequena gaiola onde havia um pequeno porquinho da índia. Harry estranhou a princípio, mas quando pensava em falar, sua mãe colocou a gaiola no chão e ao mesmo tempo em que a pequena portinha foi aberta o pequenino saiu correndo e pouco antes de chegar até a porta transformou-se em um ser de mais de um metro de altura.

- Mostre suas buas vindas ao amiguinho do seu humano – disse ela chegando perto do garoto e o puxando ate o filho, ele olhava ao redor aterrorizado que quase não percebeu as grandes azas do cupido.

- É amigo do Louis? – questionou o loiro

- Vo-você é o Harry?

- Como sabe meu no... – Não conseguiu terminar a frase pois sua mãe foi mais rápida o prendendo novamente na gaiola em forma de animal.

- Conversas depois, agora vamos ao trato – disse ela – É o seguinte, você vai levar seu amiguinho mortal até o penhasco onde Zéfiro o levara de volta para casa e então eu deixarei o meu convidado ir.

- Como vou saber que vai mesmo me entregar ele?

- Assim que você deixar o humano ir eu te entrego esta, com gaiola e tudo se quiser

- Então esteja lá ao escurecer e faremos a troca – respondeu saindo da sala

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Louis retornara a sua mais antiga atividade aquela tarde, andava pelo jardim sem rumo, mas dessa vez sabia que era praticamente inútil achar uma saída. Estava quase escurecendo e sabia que não era muito bom em voltar para dentro do palácio em meio a escuridão, mas não estava com a menor vontade de dar meia volta e ficar encarando as paredes até que o sono o vencesse.

- Perdido novamente? – Harry perguntou do alto de uma arvore

- Sei exatamente como voltar – respondeu olhando para os lados a procura do outro garoto.

- O que te traz aqui tão cedo?

- Então você repara na hora que eu apareço?! – sorriu galanteador

- Não seja convencido, só é um pouco estranho você aparecer antes do por do sol

- touché

- Então? – reafirmou sua pergunta totalmente curioso

- Você quer dar uma volta lá em baixo Louis?

- No inferno? Você mesmo me disse que me salvou de ir parar lá

- Nunca vou me acostumar com você chamando o submundo de inferno

- Lide com isso

Harry pulou da arvore parando a uma distância razoável do Tomlinson, o garoto se assustou um pouco com o barulho e deu um passo para traz.

- Deixarei que visite sua casa

- Assim do nada?

- Faremos um acordo – rui internamente pensando que naquele momento havia soado como sua mãe

- Me prometa que nunca tentara me ver claramente

- Isso não é problema, você só aparece quando dá para se esconder a noite

- Prometa

- Tá bom, eu prometo – rolou os olhos

- Ótimo. – Estendeu a mão para que Louis pudesse ver o pequeno e brilhante diamante que ele segurava – Pegue

- O que é isso? – perguntou quando segurou a mesma em sua mão, a analisando como se fosse qualquer coisa suspeita

- Esse cristal lhe trará de volta quando acabarem suas 24 horas

- Eu só tenho um dia?

- É um dia ou nada.

- Eu posso viver com isso. – Não estava satisfeito, mas também não desperdiçaria aquela oportunidade – Como vou sair daqui?

O cacheado mandou Louis o seguir, para o mais baixo foi quase que impossível pois apenas conseguia ouvir seus passos, mas se surpreendeu no quão bom em se localizar estava ficando. Pareciam estar andando sem rumo pelo jardim, mas ele se surpreendeu a chegar no fim dele, o que não gostou de foi perceber que o final do jardim era um grande precipício. Harry havia percebido sua mãe escondida atrás de uma arvore não tão distante e ficou feliz por Louis não ser exatamente o tipo perceptivo para não notar a presença dela ali.

Styles não sabia o que fazer para Louis acreditar que não morreria se caísse dali, por isso tentava pensar em alguma alternativa para que o garoto aceitasse que aquele era seu único jeito de sair. Já Tomlinson estava mais do que confuso, se aquilo era um precipício queria saber como havia chegado até lá em cima.

- Zéfiro* vai te levar – disse receoso

- Não vejo ninguém aqui, quem é esse Zéfiro?

- Se eu disser que se você pular não vai morrer, você acreditaria?

- Obvio que não.

- Imaginei. – Harry lhe ofereceu outra pequena perola, ela tinha um brilho verde que parecia aumentar a intensidade a cada segundo

– Isso te levara lá para baixo caso não queira pular, é só mentalizar aonde quer ir e ela te levará. O mesmo para a anterior – falou a ultima parte mais baixo para não haver perigo da sua mãe escutar, e assim que Louis segurou a orbe em sua mão, desapareceu como se nunca estivesse estado ali.

*Zéfiro= na mitologia grega, deus vento do oeste. 

Eros | l.s [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora