Capítulo 4 - A Invasora

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Olá gente, como vão?
Aqui estou eu com mais um capítulo. Espero que gostem


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    O alerta na voz de Georgiana penetrou cada pensamento até atingir sua alma. Algo estava errado. Darcy pulou da cama e correu pelo corredor, o coração já estava na garganta antes mesmo de entrar pela porta do quarto e congelar.

    A luz da lua se derramava através da janela e banhava duas formas com seu brilho pálido. Uma mulher amarrotada e descabelada estava ajoelhada no chão e segurava a filha dele nos braços, tão apertada que parecia que Georgiana não conseguia nem respirar. A mulher estava de costas para Darcy, e seus ombros tremiam e sacudiam como se estivesse soluçando. Georgiana olhou para o pai através da escuridão, olhos arregalados, enquanto a mulher o balançava.

    — Minha filha... — sussurrava ela repetidamente. — Minha menina. Graças aos céus...

    O coração de Darcy parecia que ia parar. Sem hesitar, entrou no quarto, pegou o taco de beisebol que estava em um canto, o ergueu e foi na direção delas.

    — Papai, não!

     O grito de Georgiana fez com que a lunática parasse e congelasse, como se percebendo que mais alguém entrara no quarto. Darcy hesitou. Em vez de bater com o taco na cabeça dela, ficou apenas segurando-o, preparado. A garganta estava tão seca que suas palavras soaram ásperas quando disse:

    — Solte-a agora ou prometo que...

     Ela se voltou lentamente, ainda segurando Georgiana com força, e o encarou. O movimento fez com saísse da luz, deixando o rosto na sombra. As sobrancelhas franzidas e juntas lhe davam um ar confuso. Perplexa.

    — Por favor — disse Darcy, e sua voz não estava mais tão exigente nem segura desta vez. Suas mãos tremiam, e já não segurava o taco com tanta determinação. — Por favor, leve o que quiser, só não machuque minha filha.

    — Machucá-la? — disse ela, a voz um pouco mais que um sussurro. Atormentada, cheio de dor e fraca. — Não, eu nunca... Eu a amo. Ela é minha filha, minha Jane, minha...

     Piscando como que para limpar os olhos, virou-se para encarar o pequeno e amedrontado rosto de Georgiana.

     Darcy abaixou o taco, estendeu a mão e alcançou o interruptor. Viu a mulher paralisada em choque, viu o olhar cheio de medo que ela lançou para o lustre. Depois seu olhar voltou para o topo da cabeça de Georgiana, ela a apertava tanto que mal dava para ver mais do que isso.

     — Ela é minha filha — afirmou Darcy, calmamente, e seus olhos estavam fixos nos de Georgiana. A mulher estava obviamente fora de si. — O nome dela não é Jane, é Georgiana. Ela é minha filha. Por favor...

     A mulher balançou a cabeça. Com bastante delicadeza, apertou os ombros de Georgiana e a afastou de si apenas um pouco, o suficiente para que pudesse ver seu rosto.

    — Você não é Jane... — sussurrou ela, e a dor explícita em sua voz trouxe lágrimas aos olhos de Lizzie.

    — Sou Georgiana, senhora. Georgiana Darcy. Já tive uma mãe, mas ela morreu quando eu era um bebê. Este é meu pai. O nome dele é Fitzwilliam Darcy.

     As sobrancelhas da mulher se levantaram. Balançou a cabeça lentamente e lágrimas escorreram pelo seu rosto.

    — Céus. Você não é... Mas eu pensei... — Piscando repetidamente e agarrando a cabeceira da cama, colocou-se de pé, mas continuou curvada, a mão livre encostada na testa. Finalmente, ficou ereta e virou o rosto para Darcy, bem embaixo da lâmpada.

    Ele viu o rosto dela e seu queixo caiu. Prendeu a respiração e tentou esconder o choque. Depois percebeu as que ela vestia, e seu coração disparou de novo.

    Senhor do céu, é a imagem da mulher da pintura.

    — Desculpe-me — disse ela, olhando para Georgiana. Depois olhando para Darcy, repetiu: — Sinto muito por tê-los assustado. Eu... — Ela deu um passo em direção a ele, mas vacilou um pouco, e agarrou a cabeceira da cama para se segurar.

    — T...u...do bem — disse Darcy, acenando para a filha. Georgiana correu para ele que o abraçou forte, mas sem tirar os olhos da estranha. — Como a senhora entrou aqui?

    Ela franziu a testa, olhou em volta do quarto como se fosse à primeira vez.

    — Está diferente.

    Darcy gentilmente empurrou Georgiana para trás de si e recuou um passo. Tentava ignorar a semelhança com a inventora, com quem estava sonhando poucos instantes antes, e se recusava a pensar em suas roupas.

     — A senhora... Está doente ou alguma coisa, não está? — disse ele, quase como se quisesse se convencer disso. — A senhora está desorientada e entrou aqui por acidente. Eu entendo, viu? Não quero indenizações nem nada disso.

    Os olhos da mulher se arregalaram. Estavam um pouco embaçados, com uma nuvem de dor, mas mostravam inteligência, sanidade e total sinceridade. Era absolutamente sinistro como esses olhos pareciam tão familiares.

    — Em que ano estamos? Que ano...

    Darcy engoliu em seco, recusando-se a deixar que um pensamento invadisse sua cabeça.

    — Estamos em 2017 — disse para ela, tão casualmente como se fosse uma questão que respondesse todos os dias. Cutucou a filha enquanto dava outro passo para trás em direção ao corredor.

    A mulher fez um movimento brusco com a cabeça e os olhos se arregalaram de novo.

    — Dois mil... — Depois olhou para cima, para o lustre, e quando abaixou à cabeça, o rosto mostrava toda a sua agonia. — Peguei o caminho errado. Avancei em vez de voltar. Não pode ser, eu... — Ainda tagarelando, ela avançou em direção à Darcy, mas não conseguiu. Caiu aos seus pés como uma sequoia gigante, sem dar tempo para que Darcy a pegasse.

    E foi quando ele percebeu o aro dourado no chão ao lado dela. A bolsa no meio da cama de Georgiana. A pequena caixa preta. Disse a si mesmo que estava deixando a imaginação correr solta. Inclinou-se sobre ela, alcançou o bolso do corpete e tirou o relógio — o mesmo que vira no retrato. E então olhou com mais atenção para a pequena caixa preta. Um controle remoto com aparência estranha que parecia a caixa que a inventora segurava no retrato.

    — Ela perguntou em que ano estávamos. Disse que avançou — murmurou ele. E mentalmente lembrou-se do que o corretor e os livros contaram sobre a genia cientista que morara aqui. Que ela anunciara ter inventado uma viagem no tempo... E então desapareceu.

    — Mas não pode ser...

    — Papai?

    Ele levantou e virou-se para a filha.

     — Podemos ficar com ela?


E ai o que acharam do encontro desses dois?? 

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E ai o que acharam do encontro desses dois?? 

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Até como Últimas Consequências (Fanfic of Orgulho e Preconceito)Onde histórias criam vida. Descubra agora