Capítulo X

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A inspetora Sara leu assim a nova carta enviada pelo chantagista. Se Letícia já estava muito em baixo perante as palavras da mãe, aquela carta veio, supostamente, assustá-la ainda mais. Eis o que dizia a carta: 

"QUANDO O SEU SEGREDO FOR REVELADO, DEIXARÁ DE SER A "ABELHINHA" DA CASA!" 

Junto com essa mesma carta, tinham sido enviadas duas alianças construídas com ouro falso. Sara dirigiu-se à caçula dos Vasconcelos: 

- Letícia, este chantagista tem muita consideração por si. Ao menos é poupado ah?! Mas... Duas cartas no mesmo dia?! Cheira-me que não vai demorar muito a atacar! 

Constança ruía as unhas sem parar. Carolina observava com um olhar sério. Mas Gaspar, estava de braços cruzados, olhando para os lados. Posteriormente, Sara lembrou-se: 

- Onde está a Cloe? - Perguntou. 

Gaspar respondeu que ainda estava na piscina. A inspetora pensou em Cláudia e o quanto era estranho o aparecimento da carta em conformidade com uma rara aparição sua à hora de almoço. Sendo assim, teve uma ideia: 

- Werner! - Chamou. - Pode preparar o carro? Vamos mais cedo à empresa. 

Carolina ficou chateada com o sucedido. Mas, na realidade, lembrou-se de algo que tinha para fazer: 

- Já agora Werner... À ida para lá leva-me àquele sítio que sabe?  

Werner informou que levava lá a patroa. Mas, Sara, perguntou: 

- Não há necessidade de fazer grandes desvios, espero eu... 

Dona Carolina informou que o carro era dela, logo tinha prioridade! A inspetora retorquiu: 

- Às vezes que desacatou a autoridade, sabe quantos anos apanharia de prisão? 

Carolina conformou-se, engolindo em seco o aviso. Gaspar admirava-se cada vez mais com aquela mulher, pensando na coragem que tinha em enfrentar Dona Carolina, uma mulher capaz de tudo e, francamente assustadora! 

A viagem ia quase a meio quando Werner deixou a velha num local que ia dar a uma estrada sem fim, apenas com umas casas velhas. Carolina meteu uns óculos de sol, juntamente com um lenço na cabeça, seguindo caminho posteriormente. Sara achou estranho aquele ato e perguntou ao motorista: 

- Porque é que ela meteu aqueles acessórios? Para ficar irreconhecível? Onde é que vai? Ainda para mais, um local pobre? 

Werner afirmou que há muitos anos que levava a senhora àquele lugar: 

- A senhora vai visitar um velho amigo, o Senhor Baptista. Pobre, mas um dos melhores amigos da Dona Carolina! Ela ajudou-o muito, tal como à família dele! - Exclamou. 

Sara, mais uma vez, estranhou a informação: 

- Acho isso muito estranho! A Dona Carolina lá é mulher de ajudar alguém. 

O mordomo foi direto: 

- A Dona Carolina também tem coisas boas, sabia? Só não gosto da forma como trata a Dona Letícia! 

Sara riu-se com o que acabara de ouvir: 

- Vindo de si, não estranho que diga bem da velhota. Desculpe, sei que gosta muito da Letícia, e ainda há-de dizer-me porquê! Mas dela, não tenho pena! Está submetida à mãe porque quer! 

O mordomo, disfarçadamente enervado, prosseguiu caminho, afirmando: 

- Ela até gasta a mesada dela com a mãe!  

Mas, Sara, sabia mais do que todos pensavam... 

- Sim sim... Não seja ingénuo! A velhota não tem dinheiro, logo aproveita-se da submissão da filha para que ela lhe dê dinheiro da sua mesada! E depois, é claro que a Letícia nunca tem dinheiro no fim do mês! 

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⏰ Última atualização: Oct 24, 2014 ⏰

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