Capítulo 4

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P.O.V Tobin

Eu teria que aprender a conviver com a Christen, então a semana seguinte foi de adaptação para nós duas. Tivemos que alinhar nossos horários, os horários de uso do banheiro, como dividiríamos a limpeza do apartamento, quando faríamos mercado, esses detalhes domésticos. Incrivelmente nós tivemos uma sintonia muito grande nesses pontos, o que nos fez ter uma primeira semana bem tranquila. Estávamos de volta ao final de semana e ao contrário da semana passada, não sai no sábado a noite e fiz companhia para minha roomate que levou um bolo da namorada, olha que triste.

- Uma pena que seus planos não tenha dado certo, Chris – falo enquanto sento no sofá com ela. Press assistia algo na Netflix, pausou e sentou de lado no sofá, ficando de frente pra mim – Pode não ser a mesma coisa, mas estarei aqui pra te fazer companhia.

- Pode não ser a mesma coisa mas é tão bom quanto – eita - Não vai pra balada hoje?

- Não, hoje vou me poupar pra amanhã no baba dar uma surra no seu time. – nós duas rimos e ela continuou:

- Achei que ia acordar amanhã e dar de cara com uma estranha andando de calcinha e sutiã pela casa.

- O que? Por que? Ta me chamando de galinha? – perguntei confusa.

- Ué, to! – ela riu e jogou uma almofada em mim, levantando em seguida e pegando uma cerveja na geladeira – Tu quer uma?

- Quero! Mas voltando ao assunto, eu não sou assim, você vai ver.

- Mas não tem problema ser, não to te julgando, Tobito.

- Tobito, ai meu Deus – ri do apelido e peguei a cerveja que ela me ofereceu – Eu sei que não tá julgando, só não quero que me veja com outros olhos.

- Acredite em mim, eu te vejo com os melhores olhos, por isso estou aqui. Jamais moraria com alguém que eu não admirasse. – ela estendeu a garrafa dela na minha direção e eu encostei a minha, fazendo um brinde.

- Um brinde a nossa parceiria então, foi uma ótima semana e espero que permaneça assim. – mal acabei de falar e a campanhia tocou. Estranhei aquilo já que ninguém interfonou e levantei pra olhar pelo olho mágico, respirando fundo e falando baixinho pra Chris – Alex, Kelley, Sonnett e Mal estão aqui. Você chamou? Se a gente fingir surdez e não atender, elas podem ir embora.

- Ou elas podem ser iguais a Testemunhas de Jeová e ficar aí insistindo – nós duas rimos e abri a porta, deixando que aqueles furacões entrassem me abraçando e fazendo barulho.

- Fala, minhas queridas! A diversão do sabádo a noite chegou!

- Trouxemos cervejas, pizza e um controle extra pra o video game já que até hoje você não comprou, Tobin – Kelley passou por mim e deu um tapa na minha bunda.

- Jesus amado.... Boa noite pra vocês também, posso saber quem chamou vocês aqui?

- E desde quando suas melhores amigas precisam disso? – Alex me abraçou e depois puxou as outras pra um abraço em grupo – Estávamos com saudade, dai pensamos "Vamos visitar as meninas". – Chris, sendo o lado receptivo do apartamento, veio até mim, colocou a ponta dos indicadores nos cantos do meu lábio e puxou pra cima, forçando um sorriso no meu rosto.

- Deixa de mau humor e vamos aproveitar a noite, ok?

- O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo, Press? – passei o braço ao redor da sua cintura, a guiando de volta pra sala e gritando para as meninas – Qual vai ser a primeira que vou chutar a bunda no Fifa, ein?

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Acordei no meio da noite e olho ao redor, todas acabaram dormindo espalhadas pela sala. Havíamos colocado nossos colchões na frente da Tv pra ficar mais confortável. Como uma perfeita cena de filme clichê, Chris estava ao meu lado. Ela se virou e enlaçou minha barriga com um dos seus braços, mantendo o corpo perto do meu. Aquilo tinha feito meu coração disparar. Não me mexi, apenas fiquei ali a admirando até finalmente me entregar ao sono.

Futebol e outras drogasOnde histórias criam vida. Descubra agora