Capítulo 16

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Giovana

Finalmente o semestre chegou ao fim, estou totalmente exausta e muito contente de receber um mês de férias da faculdade, esse ano não conseguirei conciliar as duas férias juntas. Luana está me mandando mensagens o dia todo, querendo me convencer para que eu vá na festa do curso, depois de tudo não estava pensando em ir muito cedo mas ela consegue me encher muito o saco e me fazer ceder a tudo que ela quer

*É só nossos colegas, vai ser bem legal, eu prometo* leio enquanto não há ninguém na loja, é sábado dia cinco de julho, um dia chuvoso e frio, lá fora deve estar uns três graus, agradeço pelo ar condicionado daqui.

*Tudo bem! Mas não tente me convencer a usar um vestido com esse frio* respondo

*Ok!* ela retorna, mesmo com minha recente decepção quero aproveitar minhas férias e conhecer melhor a cidade

Conto os minutos para que meu turno acabe, hoje não foi um bom dia de vendas, o frio foi espantando as pessoas das ruas e o comércio inteiro sentiu, chego em casa e logo vou para o banho, esquento todas as partes do meu corpo que estavam geladas, a vontade de ficar na cama a noite toda olhando alguma série é imensa mas Luana aparece toda linda e animada, hoje vou vestindo uma calça jeans azul marinho, uma bota longa preta com um pequeno salto, um casaco longo preto, estou apenas pensando em manter meu calor durante a noite, antes de sair ligo para meu pai para saber como ele está, minha preocupação ficou muito maior depois que ele sofreu o infarto.

-"Oi! Vamos?" Luana me desperta

-"Sim"

O lugar está cheio! Alguns eu consigo reconhecer mas outros não, não tenho certeza se é realmente uma festa do curso apenas mas a música está agradável e conseguimos encontrar nossos amigos de aula e a diversão começa

-"Você quer?" Luana estende seu copo mas recuso, hoje não quero nada alcoólico

-"Oi, com licença" um rapaz com cabelos pretos fala atrás de mim

-"Claro" saio da frente dele

-"Obrigado!" ele sorri e some no meio da multidão

Passamos algumas horas dançando e conversando, agradeço por ter um espaço de alimentação aqui dentro, o que geralmente não tem, sento em um banco livre e espero alguém me atender, olho para o celular algumas vezes, são duas da manhã e tenho duas ligações perdidas do meu pai, resolvo não o acordar agora, se fosse algo importante ele teria mandado mensagem, foi esse nosso combinado caso eu não atendesse o celular

-"Faz muito tempo que está esperando?" Aquele mesmo rapaz senta ao meu lado apoiando seus braços no balcão

-"Não, acabei de chegar também" respondo colocando o celular no bolso

-"Se esperar mais um pouco vou morrer de fome" ele sorri

-"Estou na mesma situação" sorrio também

-"Prazer, meu nome é Renan!" ele estende a mão

-"Giovana!" a aperto levemente

-"Também começou nesse semestre né?"

-"Sim!" respondo

-"Acho que lembro de você em algumas aulas mas não tenho certeza, são muitas pessoas em um espaço pequeno"

-"Sim! Em algumas aulas me sentia desconfortável de tantos colegas" concordo com ele

-"Então, o que te trouxe para a medicina veterinária?" Renan indaga colocando o líquido do seu copo na boca

-"Os animais, o desejo de os proteger e a curiosidade e desejo em aprender e você?"

-"Meu pai! Ele é veterinário e quer que eu continue a linhagem de veterinários da família!"

-"É por obrigação então?"

-"Não muito, eu gosto de algumas áreas de grande porte e isso deixa ele louco mas já que é minha vida eu posso escolher o melhor" ele responde olhando para seu celular e depois o guardando

-"Então ele é de pequenos?" indago, até agora tinha apenas ouvido falar que os pais influenciavam na graduação dos filhos mas é a primeira vez que uma pessoa me conta isso

-"Sim! Ele tem uma clínica aqui perto"

O garçom chega e anota nossos pedidos, peço um sanduíche e um suco de laranja, ele pega pizza e um copo de cerveja

-"Você é daqui?" ele indaga dando o primeiro pedaço na sua pizza

-"Me mudei no início do semestre"

-"Que legal! Infelizmente não tenho muitas coisas boas para te falar da cidade mas espero que esteja se dando bem"

-"Estou sim! Bom me considero com muita sorte, consegui um emprego muito rápido e moro bem perto da faculdade"

-"Trabalha no que?"

-"Em um bazar próximo a instituição"

-"O bom é que você aprende a trabalhar com pessoas, não sei com você mas comigo estava tentando usar a veterinária para me livrar de pessoas e trabalhar com animais, acabei dando um tiro no pé" ele sorri ainda mais

-"Isso é muito verdade!" me junto a ele

-"Somos jovens iludidos"

-"Oi" Luana aparece, com aquela cara de 'tudo bem por aí?'

-"Oi!" respondemos juntos

-"Você está bem?" ela pergunta

-"Sim!" sorrio e acho muito fofo da parte dela se preocupar comigo

-"Ok, qualquer coisa me chama" ela sorri e volta ao grupo de amigos

-"Ela é sua irmã?" Renan indaga terminando o conteúdo do seu copo

-"Não!" não vejo nada de parecido entre nós duas -"Somos amigas"

-"Ela me olhou como se fosse me bater, fiquei assustado" ele sorri novamente

-"Ela é inofensiva, prometo!"

-"Eu comi mas continuo com fome!" ele declara

-"Eu não aguento mais comer" deixo a metade do meu sanduíche

-"É pecado colocar comida fora, passa pra cá" ele diz puxando meu prato e sorrindo

-"Fique a vontade" termino de tomar o suco e ele termina de comer meu sanduíche

-"Você quer dançar?" ele pergunta

-"Sim" respondo pegando na mão dele, o sigo para perto de onde Luana está, para me sentir mais segura. A música pop invade meus ouvidos e as luzes o tornam tão atraente que depois de alguns minutos de dança nossos lábios estão conectados e as mãos dele na minha cintura com um leve aperto, tudo estava indo bem até que nos meus pensamentos as palavras 'não vou saber se está estudando ou beijando alguém' fazem eu me afastar lentamente

-"Tudo bem?" Renan pergunta com olhos assustados

-"Sim! Tudo bem!" continuamos dançando e aproveitando a noite

São quase seis da manhã quando saímos da festa, Renan se ofereceu para nos levar para casa, nos despedimos e subimos para o apartamento

-"Ele parece ser querido" Luana fala tirando seus sapatos

-"Ele é!"

-"Vi que vocês se conheceram bastante" Luana senta na cama enquanto abro o zíper das minhas botas

-"Sim, ele tem uma história interessante" respondo -"Meu pai me ligando essa hora" falo pegando meu celular

*Pai, tudo bem?* meu coração está acelerado

*Filha ele acordou!" minha boca se abre com as palavras dele

*Henrique?* pergunto apenas para ter certeza

*Sim, Pedro ligou hoje a uma da manhã para avisar*

*Obrigada por avisar pai* desligo o celular ainda sem saber o que sentir

-"Ele acordou?" Luana indaga

-"Sim!"

-"E agora?" seus olhos estão focados nos meus

-"Eu não sei!"

Pequeno Tesouro ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora