Capítulo 85

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Giovana

-"Respira! Respira"

-"Se falar mais um vez isso você vai ficar sem respirar" Gabi falou para seu marido

-"Calma"

-"Você que esta me deixando nervosa"

-"Vamos deixar elas conversarem Daniel" Henrique apareceu na porta do quarto onde Gabi estava

-"Volto em dois minutos" ele falou e saiu do quarto com meu namorado

-"Como esta a dor?" perguntei segurando na mão dela

-"Média! Estou bem"

-"Pronta para ser a mais nova mamãe da cidade?" o obstetra entrou no quarto, logo Daniel entrou também

-"Estou!"

-"Muito bem! Assim que as contrações ficarem mais frequentes eu volto"

-"Vamos deixar eles a sós" Henrique estendeu sua mão e o acompanhei para fora do quarto -"Você esta bem?"

-"Sim e você?"

-"Também"

-"Oi! Ela já foi?" minha mãe apareceu com as malas para o bebê e para a Gabi

-"Não, estão no quarto ainda"

Esperamos cerca de meia hora até que chegou a hora, eles foram para a sala e logo veremos o rostinho do Joaquim

-"Já volto" Henrique saiu da sala de espera e atendeu o celular, ele esta estranho como ultimamente tem estado

-"Você esta bem?" minha mãe perguntou ao sentar ao meu lado

-"Estou! Sei o que devem estar pensando mas agora dói só um pouco"

-"Poderia ser vocês duas agora" meu pai estava com os olhos cheios de lágrimas

-"Poderia" concordei e ficamos em silêncio -"Mas o Joaquim vai nos dar tanta alegria que vamos sorrir por muito tempo"

-"E como esta?" minha mãe olhou para fora onde conseguimos ver Henrique sorrir ao falar no celular

-"Ele não tem falado muito comigo ultimamente, com o passar do tempo ele esta cada vez mais distante"

-"É só uma fase, logo passa" meu pai falou passando a mão em meus cabelos

-"Espero que sim! Sinto falta dele" ele voltou e sentou em nossa frente -"Quem era?"

-"O quê?" ele me olhou confuso -"Não era ninguém" Henrique respondeu e voltou a olhar para a tela do celular

-"Ta" falei e ele olhou em meus olhos por alguns segundos e desviou, ele sabe que esta me deixando irritada

-"Oi! Querem conhecer o Joaquim?" uma enfermeira veio falar conosco

-"Com certeza" meu pai falou e fomos para a maternidade

Daniel estava com ele, seu rostinho cheio e cabelos pratos arrepiados, ele é a cara da Gabi, assim como Pedro também é

-"A genética não falha" meu pai falou olhando para Joaquim e depois para Pedro que estava ao seu lado

-"Parabéns!" Henrique falou para Daniel

Ficamos horas olhando para o mais novo membro da família, depois que Gabi foi para o quarto ficamos com ela, Henrique disse que teria que voltar para a fazenda e então foi embora, como ele levou Murilo junto ficarei com Gabi durante a noite

-"Ele é lindo" falei para Gabi que estava amamentando o bebê

-"É sim" ela sorriu e me olhou

Henrique

-"Agora que o Pedro tem um irmão ele vai esquecer de mim" Murilo falou sentando no sofá ao meu lado

-"Não vai esquecer de você! Vocês dois vão ajudar a cuidar do Joaquim e quando ele crescer vocês três irão brincar juntos"

-"Será?"

-"Sim! E não se esqueça que você também tem o Felipe! Que gosta muito de você"

-"Eu também gosto muito dele, queria passar mais tempo com ele mas não fomos mais na casa dele! Por que não fomos mais?"

-"Desculpa! Ando muito ocupado aqui mas prometo que vou te levar na casa dele"

-"Você não fica mais tanto em casa e não ficamos mais os três juntos, você esta brabo com a Gi?" essa afirmação e pergunta dele me pegou desprevenido

-"Não estou brabo com ela, por que pensa isso?"

-"Parece que você esta se escondendo aqui, ela me leva todos os dias para a escola e antes você não me deixava" meu irmão de oito anos me falando isso é um banho de água fria

-"Se parece isso então peço desculpa mas esta tudo bem! Você acredita em mim?"

-"Vou acreditar quando você voltar a ser como antes" olhei para a minha cópia sentado ao meu lado, e apenas sorri

-"Tudo bem! O que tenho que fazer para ser como antes?" uma criança me dando conselhos

-"Ficar em casa seria uma boa"

-"Tudo bem! Então vamos para casa" levantei e pequei a chave do carro, avisei Antônio que volto amanhã cedo para o carregamento e dirigi de volta para casa

-"Posso dormir na Jess?" Murilo perguntou quando estávamos quase chegando

-"Liga para ela!" são oito da noite agora

*Oi Jess! Posso dormir na sua casa hoje?* sorri ao ver ele falando no celular, o tempo realmente passa muito rápido, lembro quando ele pegava meu celular apenas para jogar no chão

*Tudo bem! Vou avisar ele*

-"E aí?" perguntei para ele

-"Eu posso!"

-"Te deixo ali então"

-"Você vai ficar onde?" ele perguntou colocando o celular de volta no painel do carro

-"Vou para o hospital!"

-"Tudo bem! Amanhã você me leva na escola?"

-"Preciso estar na fazenda às cinco da manhã"

-"Você sempre 'precisa' estar lá" ele revirou os olhos e cruzou os braços

-"Nossos pais deixaram para nós! Seria muito decepcionante apenas vender e esquecer de tudo! Metade de tudo é seu! Trate de começar a aceitar e me ajudar a cuidar de lá!"

-"Mas eu não gosto"

-"Tudo bem não gostar! Mas quando tiver idade vai ajudar a cuidar ou simplesmente vender para mim mas nunca vai por fora! Não vou deixar fazer isso"

-"Realmente gosta disso?"

-"Sim! Gosto de ver a cada mês o lucro aumentar e eu poder investir cada vez mais! Nosso pai não sabia de nada mas nosso avô amava aquelas terras e essa vida, você é igual seu pai nesse sentido"

-"Se é minha também você não deveria trabalhar sozinho"

-"Você tem a melhor escola da cidade para estudar, você tem tudo que quer, se quiser ajudar e merecer tudo isso pode ajudar, isso pode fazer você gostar ou saber definitivamente se não quer isso"

-"Tudo bem! Eu quero te ajudar e se não gostar será tudo seu"

-"Você é muito novo para ficar falando essas coisas comigo! Envelheceu e eu não vi? Ou o que esta acontecendo?"

-"Eu converso com muitas pessoas e todas falam que você teve que assumir muitas responsabilidades muito novo, então quero ser como você"

-"Você é uma criança que esta falando como alguém de trinta anos!"

-"Eu sou uma criança! Se pudesse brincaria o dia todo, não se engane"

-"Tudo bem!" sorri

-"Tchau!"

-"Tchau" respondi e vi meu irmão correr para os braços da Jess, ele envelheceu e eu não vi

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