Brigadeiros

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Dias atuais

Magnus ficou sentado em uma cadeira desconfortável, ao lado da cama de Richard por pelo menos cinco horas ou quinze, ele não sabia ao certo. Perdeu a noção do tempo desde que trouxe o homem às pressas para o hospital.

Vendo Richard naquela situação, sentiu raiva e remorso. Raiva por mais uma vez, ele ter sido descuidado quanto ao uso de seus remédios e remorso por não estar em casa para ajudá-lo.

Normalmente, por volta das 3 horas da manhã, ele voltava da casa de Alec para velar o sono de Richard, mas já fazia 2 semanas que ele não tinha crises de madrugada, e com os pensamentos apenas voltado para o término com Alec, Magnus realmente não lembrou que Richard podia estar pedindo socorro.

Suspirou e passou as mãos entre os cabelos, exausto e perdido, sem saber o que fazer.

Ouviu batidas na porta e se virou para ver quem era. A médica de Richard, Jocelyn Fairchild, entrou no cômodo e lançou um sorriso contido para Magnus. Ele se levantou e foi até a doutora, que estava checando o aparelho respiratório que Richard tinha no rosto.

- Como ele está, doutora? – perguntou, sussurrando.

Ela se virou para Magnus e o encarou por alguns segundos, como se não soubesse o que dizer.

- Ele vai ficar bem.

Magnus assentiu lentamente com a cabeça, angustiado.

- Se você quiser comer ou beber alguma coisa, eu tenho um tempo livre, vou medir a pressão dele e depois eu chamo você – A ruiva disse, verificando o soro do paciente.

- É muito gentil da sua parte, Dra. Fairchild – Magnus disse, grato – eu não demoro.

Ele olhou mais uma vez para Richard e saiu, desolado.

**

- Pode parar de fingir que estar dormindo, ele já saiu.

Richard abriu os olhos e bufou.

- Até que enfim, não aguentava mais ficar na mesma posição – reclamou, se sentando na cama e arrancando a máscara do rosto.

- Você é tão perverso, enganando esse pobre homem – a médica balançou a cabeça em sinal de reprovação, observando Richard se espreguiçando tranquilamente.

- Não esqueça que você está me ajudando a enganar esse pobre homem que de pobre, não tem nada. – Ele a acusou, apontando um dedo para a ruiva.

- Sim, estou, mas obrigada! – ela se aproximou da cama, com os punhos cerrados.

- E não se esqueça disso jamais.

Jocelyn ficou vermelha, a vontade de estapear Richard ficando maior a cada olhar debochado do homem.

- Eu sou o único que pode ajudar seu precioso marido a sair da cadeia, então seja boazinha e continue fingindo que eu estou à beira da morte.

- Eu não acredito que você está fazendo tudo isso por causa de dinheiro. Você é tão baixo.

Richard se sentou rapidamente e puxou o pulso da médica. O aperto violento fez a mulher arquejar de dor.

- Não venha me falar de baixeza, quando você engana um hospital inteiro dizendo que eu tenho uma doença terminal, apenas para tirar seu marido criminoso da prisão! – ele vociferou.

- Luke é inocente! – Jocelyn gritou, tentando se libertar do aperto do homem – e você sabe disso!

Richard soltou o pulso dela e gargalhou.

Boyfriend (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora