Boyfriend (Malec)

Emoções

Assim que saltou do carro, ouviu um tiro vindo de dentro da capela branca que o paralisou. O barulho aterrador pareceu atravessar seu angustiado coração e ele temeu desmaiar ali mesmo quando suas pernas quase cederam. Mas mesmo abalado, pensando em mil possibilidades desastrosas, juntou suas forças com o rosto sorridente do amado noivo na mente e atravessou o gramado, que levava a porta da frente da capela deserta, firme e decididamente. Não poderia desmoronar antes de Magnus estar salvo e protegido em seus braços.

- Mag... – A voz falhou quando viu seu noivo caído no chão.

Empurrou um homem que estava de joelhos ao lado de Magnus, talvez o suposto pai perdido, ele não se importava, e pairou sobre o homem que tinha se tornado seu mundo. Alec não perdeu tempo e procurou pelo corpo de Magnus onde a bala poderia ter o atingido, e ao constatar que o tiro passara de raspão no ombro direito, quase desmaiou de alívio.

Ao vê-lo, Magnus tentou esboçar um sorriso que fez o coração de Alec começar a se acalmar, mas não demorou menos que um segundo, pois logo em seguida ele fechou os olhos e ficou mole em seus braços.

Levou a mão trêmula ao lado esquerdo do peito de Magnus e sorriu ao sentir as fortes batidas.

Ele vai ficar bem. Ele vai ficar bem. Repetiu para si mesmo.

O sacodiu com cuidado pelos ombros no intuito de fazê-lo abrir os olhos, e uma nova onda de alívio o invadiu quando seu pedido foi atendido. Magnus abriu apenas uma fresta do olho direito, pois devido aos machucados, era tudo o que ele conseguia fazer no momento. Alec sentiu os olhos arderem, a beira das lágrimas, observando o quanto ele estava machucado. Por dentro, sua raiva estava prestes a explodir. Vendo Richard ser arrastado pelo casal misterioso, sua vontade era de voar no pescoço do cara e o encher de porrada e deixa-lo pior que Mark, mas ele decidiu deixar seu acerto para depois, pois sua prioridade era cuidar de Magnus.

- Você está tão machucado, meu amor – sussurrou, engolindo as lágrimas.

Os olhos de Magnus eram dois hematomas roxos, os lábios estavam partidos, ressecados e sangue seco estava acumulado nos cantos. O pescoço estava enegrecido, com marcas visíveis de estrangulamento e os pulsos estavam completamente ensanguentados. A imagem fragilizada do noivo era como facadas no coração do modelo e ele teve que fazer uma força hercúlea para não correr atrás de Richard e acabar com a vida do ser miserável que ousara causar tanta dor à Magnus.

- Você está tão brilhante – murmurou fazendo Alec esquecer os pensamentos assassinos – tão lindo. Meu oásis é tão perfeito – levantou a mão para tocar o rosto de Alec, mas perdeu a força e baixou novamente, respirando com dificuldade.

- Magnus? Baby? Você está bem? – o chamou em um tom mais firme e então Magnus pareceu o encarar de verdade, como se apenas agora estivesse enxergando Alec em sua frente.

- Você é real? – perguntou a ponto de chorar.

- Sim, eu estou aqui – sorriu, afagando a bochecha do noivo que para seu contentamento parecia bem lúcido.

Mas então o desespero voltou a se fazer presente quando Magnus segurou sua mão com força e o olhou como se estivesse prestes a se despedir.

- Amor... eu não...

- Você foi baleado?! – interrompeu procurando novamente no corpo do outro algum sinal de hemorragia. Fora o tiro de raspão no ombro direito e o rosto e pulsos machucados, ele não encontrara nada antes – me diga onde foi ferido, Magnus – sibilou – eu farei aquele verme pagar pelo seu sofrimento, aquele filho da...

- Alec – o fiapo de voz do noivo era preocupante – me ouça – colocou a mão sobre o ombro levemente ferido – eu te amo, te amo tanto, por favor, não deixe o ódio cegar você, siga sua vida e...