Boyfriend (Malec)

Dúvidas

Dias atuais

Uma semana havia se passado desde que Magnus ligara para Alec pedindo que ele o esperasse em Amsterdã. Nesse tempo, eles trocaram mensagens curtas e Magnus sentiu que o modelo estava distante. Algumas vezes perguntou se ele estava bem e Alec sempre respondia que sim.

Talvez fosse paranoia de Magnus, Alec pedira que ele tomasse uma decisão e depois o procurasse e o namorado estava apenas sendo paciente.

Richard tinha melhorado e ambos voltaram a sua rotina normal. Seu ex, estava mais carinhoso do que nunca e noite passada tentara fazer sexo com Magnus. Foi um momento angustiante, pois ele não sentia atração por Richard desde que Alexander surgira em sua vida.

Sua cota de desculpas para recusar as investidas do homem estavam esgotadas e se não fosse por Presidente Miau – que entrou no quarto do casal miando alto e arranhou o rosto de Richard – Magnus teria que ceder as vontades do ex ou terminar de vez.

Ele suspirou e deixou sua Nikkon sobre a mesa de trabalho. Passou as mãos nos cabelos e levantou para tomar um café. Ele estava na Beatiful Destinations, era manhã de sexta e ele estava adiantando seu trabalho para pedir uma licença para Malcolm na semana seguinte para ir ver Alec.

A única que sabia de sua decisão era Catarina, que ficou rouca de tanto gritar quando soube da notícia. Ela e Magnus já tinham planejado tudo; assim que Magnus terminasse com Richard, ele faria as malas e iria morar com a amiga provisoriamente e no mesmo dia ele embarcaria para Holanda.

Ele ainda não tinha decidido se levaria Presidente Miau ou se deixava o bichano com Catarina. Presidente e Alec se adoravam, talvez se o animal fosse com Magnus todos ficariam felizes, principalmente seu companheiro fiel, que visivelmente sentia a falta do namorado do dono.

Com a caneca de café na mão, ele voltou para sua mesa para analisar no computador as últimas fotos que tinha feito no Central Park.

Passado alguns minutos seu celular tocou, ele pegou o aparelho e o nome da diarista que cuidava de seu apartamento surgiu na tela. Pelo horário, Rosa tinha acabado de chegar para cuidar da casa e de seu gato.

- Oi, Rosa. Tudo bem?

- Magnus! – a mulher gritou – É o Miau, Magnus. Ele não está bem!

Magnus deu um pulo da cadeira e o coração socou seu peito.

- O que houve? – ele pegou sua mochila e enfiou seu material de qualquer jeito lá dentro.

- Ele não se mexe – a diarista choramingou – o que eu faço?

- Eu estou indo. Enrole ele em um cobertor e me espere na portaria – a voz de Magnus tremia e suas pernas também – vou ligar para a veterinária dele no caminho.

Magnus engoliu o nó na garganta e respirou fundo para tentar se acalmar. Presidente ficaria bem, o bichano devia estar apenas engasgado com uma bola de pelo. Isso sempre acontecia.

- Annabel, preciso sair mais cedo, prometo que amanhã eu compenso – ele avisou a recepcionista que estava falando ao telefone – ela levantou o polegar para ele e sorriu.

Magnus dirigiu seu carro em alta velocidade e deu graças a Deus por o trânsito estar ameno, coisa rara em Nova York. Ele ligou para a clínica veterinária no caminho avisando que era uma emergência. Ficou grato ao saber que a médica de seu gato estaria de prontidão quando ele chegasse.

Em dez minutos ele estacionou na frente de seu prédio e saltou do carro, olhando para Rosa embalando Presidente, chorando silenciosamente.

Ele viu o animal em estado letárgico e sua barriga subia e descia lentamente. Do nariz escorria sangue e os cantos da boca uma baba branca também, sinal que ele tinha vomitado. O pânico cresceu dentro de Magnus.