Viena - Parte II

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2 meses e 10 dias depois

Tarde de sábado

- Humm... meu Deus, Alexander! Isso é uma delícia! Como se chama mesmo? - Magnus perguntou, de boca cheia.

- Zwiebelrostbraten - O moreno disse com perfeição, anunciando o nome do prato típico.

Magnus franziu a testa.

- Se você não tivesse falado com essa voz rouca maravilhosa, eu iria pensar que você me xingou.

Alec riu.

Passava do meio dia, e eles estavam almoçando em um dos inúmeros restaurantes dentro dos jardins. Magnus escolheu o prato que ele achou mais simples na foto do cardápio. Alec lhe disse que era como um bife acebolado cozido com purê de batatas e também era o mais barato do menu - ele não podia se dar ao luxo de esbanjar euros como se fosse rico - então optou pela comida de nome grande e esquisito.

Alec por sua vez escolheu um filé de porco a milanesa com batatas fritas, com um nome tão complicado quanto o de Magnus.

- E o seu prato, como se chama mesmo?

Alec bufou, fingindo irritação.

- Wiener schnitzel, Magnus. Eu já disse o nome dessas comidas umas dez vezes.

Magnus levou seu suco a boca e riu baixinho.

A verdade era que ouvir Alec falar em alemão com a voz rouca e pesada, estava deixando a virilha de Magnus em chamas. Ele estava realmente adorando ouvir seu namorado falar naquela língua difícil e aproveitava toda oportunidade para fazê-lo repetir aquelas palavras, mesmo que significasse carne e porco.

- Ok, vou deixar você me ensinar palavras melhores... mais tarde - ele deu uma piscadinha sugestiva para o namorado, que sorriu torto em resposta.

O gesto que Magnus adorava apenas fez sua pele ficar mais quente.

- Então você é fotógrafo de natureza? - Alec perguntou e levou a boca um pedaço de seu filé de porco, desviando Magnus dos pensamentos lascivos.

Os olhos de Magnus brilharam e seu rosto se alargou em um lindo sorriso.

- Sim. Na Indonésia, a casa dos meus avós ficava em uma parte alta da cidade, e todo entardecer minha mãe me levava para ver o sol se pôr, que iluminava toda Jacarta - Magnus suspirou melancólico - eu ficava encantado com a beleza estendida diante de mim e foi assim que eu me encantei pela natureza criada por Deus. Eu sentia que tinha que registrá-la para sempre, mostrar para os outros através do meu ponto de vista.

Alec sorriu, assentindo.

- E onde ela está? Sua mãe. - Perguntou, tomando um gole de sua bebida.

- Ela faleceu quando eu tinha doze anos.

- Eu sinto muito...

- Tudo bem. Foi há quinze anos. - Magnus o interrompeu. Não que a dor tivesse passado, mas hoje em dia era mais fácil pensar na mãe sem sofrer tanto.

- Mas não é hora para a parte triste da minha história - ele continuou, querendo mudar de assunto - eu quero saber como você se tornou modelo.

Alec coçou a nuca, sem jeito.

- Na verdade, foi meio inesperado. Eu queria mesmo era ser jogador profissional de basquete.

- Sério?

- Sim, eu até me formei em educação física.

- E você chegou a entrar para algum time?

- Eu recebi algumas propostas, mas minha irmã foi mais rápida e não iniciei minha carreira.

Boyfriend (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora