Boyfriend (Malec)

Surpresa

- Oi cunhado, posso entrar? – Isabelle apareceu a porta de Alec.

- Claro, querida – Magnus respondeu – Você acordou tão cedo - Ele estava sentado na cama de pernas dobradas arrumando a mala de viagem.

- Queria me despedir de você – a morena falou – o papai vai levar você ao aeroporto. Eu já acordei ele.

- Isabelle, não precisava incomodar o Robert as cinco e meia da manhã – Magnus não conseguiu controlar um bocejo.

No dia anterior, ele disse para Malcolm que tinha conseguido passagem apenas para as sete da manhã de quarta, o chefe, compreensivo como sempre, pediu que ele terminasse todo o trabalho na terça e que não esquecesse de se inscrever no concurso da National Geographic.

Eficiente como sempre, Magnus deu conta de um trabalho de última hora em um bosque da cidade, editou e revelou todas as fotos, e se inscreveu no concurso anexando a foto da lua na noite de Amsterdã. Quando terminou já passava das vinte e três horas, pegou uma carona com Catarina que quis tomar um drinque e saber das novidades e ele acabou chegando em casa de madrugada e apenas se jogou na casa, exausto.

- Você só vai levar uma mala para uma viagem de três meses? – Isabelle sentou na beira da cama ajeitando o roupão de seda em volta do corpo.

- Uma mala e uma mochila, eu não preciso de muito – Magnus deu de ombros. A vida inteira ele soube viver com simplicidade.

- E esse mocinho está bravo ou é impressão minha? – Isabelle pegou Presidente no colo que encarava Magnus com a expressão fechada.

- Ele sabe que dessa vez eu não vou levá-lo – Magnus suspirou olhando para seu gato.

- Ele adora o Alec – Izzy alisou o pelo listrado. Presidente cedeu aos carinhos e ronronou de olhos fechados.

- Foi amor à primeira vista – Magnus sorriu, lembrando do dia que os apresentou e acabou sendo ignorado pelo resto do dia, por Alec e Presidente que brincaram com um novelo de lã na sala do apartamento de Catarina.

- Como você e Alec – Isabelle comentou.

- Sim – Magnus pegou o celular para admirar seu papel de parede. Era uma sequência de fotos de Alec, sua preferida era uma tirada há sete anos, Alec aos 19 anos saindo do mar usando uma sunga vermelha, olhos fechados, boca entreaberta, mãos nos cabelos molhados, o próprio Apolo da era moderna.

- Ei – Isabelle puxou o celular da mão do moreno – eu tirei essa foto.

- E mandou para a primeira agência dele, ele me contou – Magnus pegou o aparelho de volta antes que sua cunhada visse a próxima foto, que era Alec totalmente nu, deitado de costas na cama, um lençol branco enroscado entre as coxas grossas e um sorriso de lado matador no rosto.

- Eu percebi o talento nato do meu irmão – Isabelle jogou os cabelos negros para trás, orgulhosa de si mesma.

- E eu agradeço, pois talvez se ele fosse jogador de basquete nós nunca nos encontraríamos – um leve tremor acometeu seu corpo só de imaginar sua vida sem Alec.

- Vocês estão destinados, Magnus. Claro que de uma forma ou de outra vocês se encontrariam – Isabelle tocou gentilmente o braço do moreno.

- Você está certa. Eu sei que o Alec é minha alma gêmea. – Disse com convicção e o coração acelerado no peito.

- Me conta como você se sentiu quando viu ele pela primeira vez – Isabelle pediu, empolgada – Alec me contou que ele quase desmaiou de emoção quando te viu e você?

Magnus não pôde deixar de ri ao ouvir a maneira descontraída da futura cunhada ao relatar a reação do irmão.

- A primeira vez que o vi, meu coração pareceu acordar de um longo sono.