XXII

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Vontade de escrever quatorze versos...
Pobre do poeta... É só pra disfarçar...
Andam por tudo signos diversos
Impossíveis da gente decifrar.

Quem sabe lá que estranhos universos
Que navios começaram a afundar...
Olha os meus dedos, no nevoeiro imersos,
Diluíram-se... Escusado navegar!

Barca perdida que não sabe o porto,
Carregada de cântaros vazios...
Oh! Da-me a tua mão, amigo morto!

Que procuravas, solitário e triste?
Vamos andando entre os nevoeiros frios...
Vamos andando... Nada mais existe!...

A rua dos cataventos (Mario Quintana) Onde histórias criam vida. Descubra agora