Para Reinaldo MouraQue bom ficar assim, horas inteiras,
Fumando... e olhando as lentas espirais...
Enquanto, fora, cantam os beirais
A baladinha ingênua das goteirasE vai a névoa, a bruxa silenciosa,
Transformando a Cidade, mais e mais,
Nessa Londres longínqua, misteriosa
Das poéticas novelas policiais...Que bom, depois, sair por essas ruas,
Onde os lampiões, com sua luz febrenta...
São só enfermos a fingir de luas...Sair assim (tudo esquecer talvez!)
E ir cantando, pela névoa lenta,
Com a displicência de um fantasma inglês...