꧂ Blue like sky color

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~Azul da cor do céu~

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— Eu não me importo! Poupe-me de seu discurso e de suas insatisfações. Está decidido! — Ralhou FP, tentando encerrar a discussão.

– Claro que não se importa! Desde quando se importou? — Jughead questionou em tom sarcástico— Eu estou pouco me fodendo FP. Me fodendo pra você, pra essa casa, pra todas essas merdas que você compra pra tentar suprir sua ausência. Mas com ela você não vai mexer.

A verdade, é que ninguém — muito menos FP — Poderia referir-se a Jellybean de uma forma inadequada, ou tentar dizer o que seria melhor para a menina. Para o garoto, o único que poderia decidir e fazer o melhor para sua irmã, era ele mesmo.

– Basta! Eu não perguntei qual sua opinião sobre. Você não está em posição de exigência ou escolha — FP disse enquanto empurrava o garoto com certa brutalidade, e segurava a gola de seu casaco. — Você gostando ou não, eu sou seu pai e exijo respeito.

– Você sabe bem onde enfiar este "respeito", FP. Jellybean não precisa de uma babá. Você já viu os casos de maus-tratos relacionados a babás?! Ah, mas você não liga, a única coisa que te importa mesmo é o teu bem estar, apenas.

– Jughead, eu estou farto e prestes a enfrentar uma longa viagem.. minha decisão está tomada. Você passa grande parte do tempo com sua irmã, e ainda poderá passar, só não vou permitir que você deixe de estudar e cumprir suas obrigações para cuidar dela. Faça o que tem que fazer e depois gaste seu tempo com ela, ou com o que preferir. — O pai suspirou, pegando as malas do chão e seguindo em direção a porta.

– Eu passo todo esse tempo com Jellybean porque ela não tem um pai presente, por escolha dele. Ela precisa de alguém pra educá-la e para amá-la, como toda criança. E infelizmente a mamãe não está mais aqui, porquê ela sim seria uma mãe maravilhosa, assim como foi pra mim. Mas se você não faz questão de agir como homem e ser pai de verdade — Jughead deu de ombros — continue se escondendo atrás daquelas grandes empresas que você construiu e simplesmente mandando dinheiro e bens materiais, já estamos acostumados, não precisamos de você.

FP virou-se e abriu a porta seguindo até o lado de fora da mansão, ignorando tudo que acabara de ser dito. Por mais que aquelas palavras tivessem afetado-o ele jamais demonstraria.

– Eu entro em contato para informar sobre a babá.

Jughead jogou-se no sofá, esfregando o rosto na intenção de secar qualquer início de lágrima que haviam começado a brotar em seu rosto. O assunto sobre sua mãe ainda era delicado.

Aproximadamente cindo anos atrás, quando o garoto tinha apenas onze anos sua mãe falecera durante o parto de sua irmãzinha.

Ele lembrava daquele dia como se fosse ontem...

lembrava de como eles — sua mãe, seu pai e ele — eram felizes, e como estavam ansiosos com a chegada de Jellybean. De como estava tudo planejado... e de como tudo saiu do controle.

naquela época Jughead não entendia...

Após o enterro de sua mãe, seu pai se transformou. Começou a trabalhar muito e passar todo seu tempo focado apenas em sua empresa.

Dois anos após a morte de sua mãe, as empresas jones e a carreira de FP cresceram de forma estrondosa, obrigando o mesmo a se mudar para a capital do estado. Deixando seus filhos em uma linda e enorme mansão no melhor condomínio de Riverdale com a Governanta, Marrie e seu marido, o motorista Lorrie. E claro, outros diversos empregados mas que eram destinados a cuidar da casa e não de seus filhos.

E desde então, seu pai supria sua ausência com tudo que poderia dar, Nada faltava a Jughead e Jellybean, apenas presença, o que era na verdade a única coisa que lhes importava. FP os visitava durante um final de semana no mês, mas essa frequência passou a diminuir ainda mais, conforme as brigas do mesmo com seu filho mais velho foram aumentando.

E agora FP estava à procura de uma babá para sua filha, já que o mesmo queria que Jughead aproveitasse mais de seu tempo para outras atividades e não somente para sua irmã.

Porém, Jughead gostava de pensar que ele aproveitava tudo que podia, afinal, ele era líder do time de futebol americano da escola — os bulldogs— participava frequentemente de festas, saia com seus colegas e sempre recebia seu melhor amigo – Archie Andrews — em sua casa. Fora o grupo de lealdade que o mesmo participava – os Serpentes do Sul.

Os pensamentos do menino foram quebrados, quando uma figura loira de cabelos ondulados descia as escadas com seu pijama estampado com dragões

Ela amava dragões.

Jellybean olhava ao redor com aqueles enormes olhos azuis da cor do céu — a cor favorita de Jughead— enquanto arrastava sua mantinha roxa.

Jellybean parecia tanto com sua mãe que o assustava.

– Por que a senhorita não está dormindo?

A menina deu de ombros, simplória.

– Porque estou acordada, ué.

Jughead riu com a resposta.

– Deveria estar na cama, bebê.

– Você e o papai falam muito alto... Cadê ele?

– Ele já foi.

Jellybean olhou pra baixo.

– Nem se despediu...

Jughead a pegou pelos pés, a colocando nos ombros feito saco de batatas e advertiu:

– Vem, vamos para cama.

O mais velho riu subindo as escadas correndo, fingindo que iria deixá-la cair, fazendo a mesma gritar e gargalhar várias vezes.

A babá - bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora