07 A Proposta

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Nos afastamos tão rápido que eu até bati o pé no muro, ao dar um passo para trás.

- Mãe??

Ela vinha andando pela calçada, do lado oposto em que tínhamos vindo.

- Olá - ela falou, olhando de um para o outro, séria.

- Oi, dona Marisa - disse Jhony, vermelho como um tomate.

- Mãe, o Jhony veio me acompanhar, depois que terminamos o trabalho - expliquei.

Ela balançou a cabeça, solenemente.

- Ah, que gentil. Não quer entrar um pouco, Jhony?

- Não, não. Eu já estava voltando - ele falou, com a vermelhidão já sumindo de sua face.

- Está bem. Amber vai entrar agora não é, filha? - Minha mãe me olhou.

- Ahn... sim, claro - eu disse.

- Tá. Então até amanhã, Amber - Jhony me disse, já sorrindo e seu sorriso me aqueceu por dentro.

- Até amanhã, com certeza. - Sorri de volta.

- Vai com Deus, querido. Diga a sua mãe que mandei um abraço.

- Pode deixar, dona Marisa. Eu digo.

Observamos ele se afastar um pouco, e então minha mãe abriu o portão e entramos.

- Atrapalhei o momento de vocês, não foi? - ela disse, já lá dentro, colocando sua bolsa no sofá.

Eu estava indo até a cozinha, mas voltei.

- Que momento? - Me fiz de desentendida.

- Ora, você e o Jhony iam...

- Ah, não. Mãe, por favor! Você não atrapalhou nada, esquece.

- Mas Amber...

- Não quero falar sobre isso.

Ela me olhou e se aproximou. Pegou meu braço e foi comigo para a cozinha.

- Olha, filha... não sei porque tanto constrangimento. Você sabe que eu gosto do Jhony. Ele é um rapaz de bem, honesto, de uma ótima família.

- Eu sei - dei de ombros, abrindo a geladeira.

- Eu até acho que vocês combinam juntos.

Ela me sorriu, arqueando as sobrancelhas significativamente.

- Para com isso! - Eu tive que rir.

Ela riu junto.

- Quê isso, filha... você nunca namorou e acho que para sua primeira, e talvez até única experiência, o Jhony é o rapaz perfeito.

- Única? - Repeti, sem entender.

- É, sim. Vai que vocês se casam - Ela deu de ombros.

Gargalhei.

- Mãe, agora você viajou legal!

Que idéia! Minha mãe já estava pensando até em casamento. Aquela ali não economizava mesmo nas viagens.

- Mas mudando de assunto, por que você chegou à pé e não no seu carro? - perguntei.

- Ah! Cheguei mais cedo do escritório e lembrei que tinha que buscar umas revistas na casa da Márcia. Como ela mora pertinho, fui e voltei à pé mesmo.

- Entendi. Bom, eu vou subir. Preciso tomar um banho! - falei.

- Quando descer, chama a Nina pra gente jantar.

Envolvidos- Primeira Temporada [ CONCLUÍDA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora