Filhos do Sol ☀ | Namjin

☀O Conselho☀

Olá pessoas lindas que leem essa fic maravilhosa que eu escrevo. Aqui está o primeiro capítulo, como a fic é um tanto complicada de entender, qualquer dúvida pode me perguntar aqui ou no twitter.

Boa leitura!

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“— Eu te amo, Namu…. Eu te amo muito, mas eu não posso arriscar sua vida, pequeno, você é especial, tão grande, o filho mais precioso do Sol. — Uma mulher dizia aos prantos enquanto deixava o pobre garoto em frente a um orfanato. A criança não chorou nem por um segundo, ela parecia, compreender o desespero da mulher que ia se afastando sumindo num piscar de olhos...”

Namjoon acordou suando e seu coração palpitava aterrorizado com o que via em seu pesadelo, mas já não lhe era mais surpreendente. O rapaz de 22 anos não aguentava mais ter o mesmo sonho. Sua psicóloga não sabia mais quais conselhos lhe dar, e nenhum remédio receitado por seu psiquiatra lhe fizera efeito. Ele havia parado de tomar a dois meses, e os sonhos aumentaram. Os pesadelos estavam presentes desde que completou dezesseis anos, após um ataque de pânico eles começaram a fazer parte de suas noites. 

Dormir para o Namjoon passou a ser assustador e com sua família desesperada, iniciou acompanhamento psicológico que não deu muitos resultados: mesmo que tentasse falar sobre sua infância e sua vida antes do orfanato ele não se lembrava. Sua psicóloga indicou um psiquiatra e fora quando os remédios fizeram parte de sua rotina, para evitar os ataques de pânico e crises de ansiedade ele tomava três compridos antes de dormir. Sempre ruins e difíceis de engolir.

Caminhou pelo corredor estreito de paredes descascadas e cheiro forte de mofo, tornando tudo ainda mais melancólico. Seus pés caminhavam sob o antiquado carpete de forma lenta, sentia-se mais velho que a casa corroída pelos cupins e traças em que vivia. Suspirou e acabou por encarar o rosto exausto no espelho do banheiro quebrado nas arestas em forma de raio disforme. Em cima havia um armário em estado precário e destruído, no reflexo sua face demonstrava sessenta e cinco dias sem dormir, parecia tão estraçalhado quanto. 

Jogou água em seu rosto e escovou os dentes, saiu do banheiro, entrando vestindo a camisa preta que estava pendurada na porta, amarrotada e velha como sua alma que precisava de um café forte e quente. Assim que colocou o pé para fora de casa, sua mente incessantemente repetia o que ouvia em seu último pesadelo “Namu…”. Parecia um mantra. 

Namjoon se considerava ateu, mas neste momento ele implorava por qualquer divindade que conhecia para que deixasse sua mente descansar. O estresse dominava seu corpo, a biblioteca era um lugar grande e mesmo assim os sussurros dos demais no recinto o incomodava. Estava à beira de um ataque de nervos e tinha certeza disso, a falta de uma noite de sono bem dormida causava isso, mas ainda precisava terminar sua pesquisa, afinal a faculdade não se importa com sua saúde mental. Abriu o primeiro livro, bebendo um gole do café que havia comprado na cafeteria, pensou brevemente em como aquelas sementes torradas e trituradas iriam o levar a falência.

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Os guardiões aguardavam o início da reunião convocada por Júpiter. Após a morte da Guardiã a quem honravam e respeitaram durante décadas, o planeta decretou luto de sete dias e ainda assim, quando Seokjin atravessou o salão abrindo todas as portas magicamente para que o vissem, sua presença foi surpresa para todos. Jin sempre foi considerado líder, aos dezoito anos junto a Ahn Hyojin, atual guardiã de Plutão, treinou os mais novos e os ensinou tudo que havia aprendido com sua falecida mãe, então não havia motivo de surpresa, mas ainda assim havia, principalmente quando ele se sentou na ponta da mesa dando fim e início ao lugar que deveria estar.

O lugar onde sua mãe ocupou por longo anos e onde ele sonhara não precisar estava frio, sua túnica negra de camurça transmitia o seu luto, mas em seu olhar havia um vislumbre de dor e principalmente, ódio. Jungkook o acompanhou e a partir daquele momento ele seria seu conselheiro e guardião substituto. Todos presentes na sala se levantaram em sinal de respeito.