Capítulo Três

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POV Paola

Acordei antes do despertador naquela manhã. Não havia conseguido dormir direito pela ausência de Ana na cama. Até cogitei a possibilidade de levantar-me e procurá-la para trazer para a cama, mas optei por respeitar seu espaço. Sabia que estava errada e que ela estava chateada comigo.

Lembrando dos acontecimentos anteriores e decidida a me redimir, aproveitei que acordara mais cedo e levantei. A disposição não era minha aliada naquela manhã, mas eu tinha planos que precisavam ser colocados em prática ainda na primeira hora do dia.

Segui até o banheiro para fazer minha higiene. Tomei um banho e me vesti com uma calça jeans e uma camiseta vermelha bem soltinha.

Sai do quarto e antes de ir para a cozinha, parei no quarto de Fran, abrindo a porta para checar se ela ainda dormia. Para minha surpresa, não somente ela mas Ana também dormia com a expressão tranquila ao seu lado. Perdi alguns segundos observando as mulheres da minha vida e decidi que era hora de agir.

Entrei na cozinha e preparei torradas com geleia, suco natural de laranja, lavei algumas frutas e passei café, pois o liquido sagrado não poderia faltar. Segui para a sala de jantar e preparei a mesa. Aproveitei algumas flores que havia comprado alguns dias atrás, a pedido de Ana que adorava ter a casa florida e naturalmente aromatizada e as usei para decoração. Roubei uma única do vaso e rumei em direção as escadas. Era hora de acordá-las.

Parei novamente na porta e me sentia estranhamente nervosa, acho que o sentimento real era vergonha por ter sido tão tola. Abri a porta devagar e encontrei as duas já acordando. Ainda estavam deitadas, mas já tinham os olhos abertos.

Ana fora a primeira a se sentar e me encarar, com os olhos quase fechados pelo inchaço. Com certeza ela demorara para dormir também, se é que conseguira. Fran se sentou em seguida, me observando atenta.

Caminhei até próximo a cama e estiquei a mão, entregando-lhe a singela florzinha que trouxera comigo. Pelo canto dos olhos, pude ver um sorriso contido se formar nos lábios de minha esposa e ela se adiantou.

- Bom dia, minha filha! Beijou a bochecha de Fran e tirou o cobertor de cima de si, levantando em seguida. Bom dia! Fora seca em seu cumprimento comigo, mas repetira o movimento em minha bochecha. Sem dizer mais nada, saiu fechando a porta.

- Yo se que és muy pronto pero, podemos hablar? Eu estava nervosa e prova disso era o espanhol se fazendo presente. Fran permaneceu quieta, consentiu apenas com um movimentar de cabeça, puxando o cobertor me dando espaço na cama. Me sentei na ponta do colchão defronte à ela, me assegurando de manter o contato visual. Filha - comecei e senti meu coração acelerado, então respirei fundo - eu quero me desculpar! Disse sem rodeios e sua expressão não se alterara nenhum milímetro. Eu me exaltei ontem, eu sei. Mas amor, eu estou muito feliz e orgulhosa por você! Eu sei que disse coisas que não deveria e que não me mostrei feliz com a tua decisão, mas era... Puxei o fôlego com força a olhando e seu rosto finalmente suavizara. Yo solo tengo miedo, hija! Finalizei num sussurro e baixei o olhar. Ela se mexeu na cama e se aproximou, segurando minha mão.

- Yo compriendo mamá. Yo tambien tengo miedo, pero estoy feliz e lista para cambiar! Ela tocou meu rosto de forma delicada, fazendo nossos olhares se encontrarem. São mudanças boas e necessárias, mamá! Eu tô empolgada mas eu vou ficar muito feliz se você e minha mãe puderem me apoiar.

- Eu te apoio, meu amor! E me orgulho de você. Você batalhou muito pra conseguir e agora está colhendo os frutos. Eu me orgulho muito de você e da sua perseverança, Fran! Acariciei sua bochecha levemente rosada. Mas você vai ser pra sempre meu bebê e eu ainda preciso me acostumar com a tua ausência diária aqui em casa.

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora