Capítulo Nove

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POV Paola

Finalmente a tão esperada sexta feira havia chego. Aquela semana tinha sido, inexplicavelmente, exaustiva. Creio que as férias das gravações me deixaram mal acostumada.

Voltamos de Brasília na segunda feira. E devo dizer que retornei mais tranquila. Matias parecia ser um bom garoto. E pelo que pude observar, e meu sogro me contara, cuidava muito bem de Fran. Me passou segurança e eu "autorizei" o namoro deles.

Me comportei muito bem também. Matias passara o fim de semana conosco e eu, como boa mãe e esposa cumpri a promessa que havia feito às minhas garotas, e não impliquei mais com o rapaz.

Já em São Paulo, a segunda feira se iniciou intensa. Muito trabalho, em meus restaurantes e cafés e na Band também. O início das gravações eram sempre intensos. As provas tanto internas como externas, sugavam até as últimas energias que tínhamos. Mas eu gostava do que fazia. Apesar de sentir falta de estar na minha cozinha. No meu berço. No meu habitat.

O restante da semana não fora muito diferente de segunda feira. Distinguia-se apenas pelo fato de que eu não passara nos restaurantes e nem Ana nos escritórios.

Hoje, sexta feira, acordei mais preguiçosa que o normal. Ana, por um segundo, quase cedera a minha chantagem de permanecermos na cama, mas sabíamos de nossos compromissos. E mesmo sob protestos, nos levantamos e nos arrumamos para mais um dia de trabalho. Minha esposa sempre mais entusiasmada do que eu. Por vezes o bom humor de Ana Paula me contagiava, mas naquele dia, a preguiça e sonolência reinavam em meu corpo.

Depois de prontas, me despedi de Ana na garagem. Entrei em meu carro e rumei em direção ao escritório de contabilidade que cuidava das finanças do restaurante. Era dia de reunião para fechamento da quinzena do mês, e eu me encontraria com Benny no local.

A reunião acabou por se estender durante toda a manhã. Nada fora do comum, pois aproveitamos para repassar as finanças do La Guapa e conversar sobre projetos futuros. Quando finalizamos, me dei conta que era hora de ir para a emissora, ou me atrasaria.

O trânsito de São Paulo, milagrosamente me ajudara e eu consegui chegar em tempo. Encostei o carro ao lado do de Ana que chegara praticamente junto comigo.

Seguimos para o camarim conversando sobre como fora nossa manhã e logo eu estava sendo produzida por Larissa e Carol. Responsáveis por figurino e maquiagem, respectivamente.

As gravações, como dissera antes, seguiram intensas. Era gravado a segunda prova interna da temporada que carregava a responsabilidade de ser a promessa da emissora para aquele semestre. Então imaginem, Pato estava com os nervos à flor da pele.

No intervalo concedido para almoçarmos, conversei rapidamente com minha esposa, enquanto comíamos. Ela se recolheu em seu camarim para se deitar um pouco, pois sentia fortes dores na coluna àquele dia. Eu a acompanhei, mas ficara na poltrona de seu camarim, lendo um livro. Até tentei falar com Francesca, mas ela não atendera. Deduzi que estava ocupada e falaria com ela um outro momento.

Ao fim do intervalo, acordei Ana e voltamos para o estúdio. Gravamos por mais longas horas e às vinte horas em ponto, Pato nos liberou. Contente pelo resultado daquele dia. Saldo positivo!

Caminhei até a área do camarim junto à Ana. Entramos cada uma em seu respectivo para trocar nossas roupas e assim que peguei meu celular, chequei as horas. Vinte horas e quinze minutos. Enviei uma mensagem rápida para Lindalva, comprovando o que eu já imaginava. O serviço do jantar se iniciara com sucesso e seguia à todo vapor.

Mesmo cansada, eu precisava daquele momento. Eu sentia falta de cozinhar e de estar em minha cozinha. De ter o momento com a minha equipe. Sentia falta de ser a cozinheira do Arturito.

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora