Capítulo Oito

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POV Ana Paula

C

inco dias haviam se passado desde o nosso retorno de Brasília. As coisas não poderiam estar melhores.

Fran estava feliz e radiante. Nos falávamos fielmente todos os dias. Papai e mamãe estavam bem. Eu e Paola estávamos bem e minha esposa aceitara muito melhor do que o esperado o relacionamento de nossa filha.

A propósito, sim! Francesca estava namorando oficialmente com Matias. Na noite do jantar em que Paola praticamente intimou o garoto, ele a pedira em namoro novamente e ela aceitara.

Matias passara o fim de semana conosco em Brasília, e ao nosso retorno, prometera trazer Fran em breve para nos visitar e assim, conhecer sua família também.
Na segunda feira, a cansativa rotina deu-se início novamente.

Iniciaríamos as gravações naquele dia, no período da tarde.

A nova e segunda temporada da edição profissionais, prometia ser o alavanque da emissora em audiência. Todas as nossas expectativas estavam investidas e faríamos o nosso melhor, como sempre.

Naquele mesmo dia, como seria muito corrido, Paola e eu pulamos cedo da cama.

Era fato que adorávamos gravar, pois era até uma desculpa para passarmos mais tempo juntas durante o dia. Entretanto nossas vidas profissionais ficavam um caos se não fossem bem planejadas.

Por este motivo, parti cedo para um de meus escritórios. Tinha reunião marcada para o período da manhã com os gerentes da Touareg e Tempo de Mulher, que ficavam responsáveis em fazer a empresa caminhar em minha ausência.

Paola fizera o mesmo. Saíra cedo em direção ao Arturito, onde teria uma reunião com Benny, seu sócio, para deixar tudo em ordem com o restaurante e os cafés, durante sua ausência.

Não que fôssemos nos ausentar de fato. Sempre estávamos eu nas empresas e Paola nos restaurantes, quando possível. Mas nosso tempo era, em sua maioria, viabilizado para as gravações. Por isso a importância do “plano de controle” como eu gostava de chamar.

A tarde nos encontramos direto na emissora. Paola já começara a puxar minha orelha devido a alimentação desregulada, haja vista que eu não tivera tempo nem de respirar naquela manhã, quem dirá de almoçar.
As gravações se iniciaram intensas. E só paramos quando a noite deu o ar da graça.

Fogaça nos convidou para uma comemoração em seu pub em Pinheiros e apesar do cansaço, eu e Paola topamos de imediato. Jacquin também não se opôs e acrescentou que sua esposa nos encontraria no local.
Depois daquela noite descontraída, não tivemos mais descanso na semana.

Finalmente a sexta feira chegara e com ela, o cansaço batia mais forte. Beirando a exaustão.

Mas ainda precisávamos cumprir nossas tarefas daquele dia.

O despertador tocou, fazendo um barulho estridente e irritante. Bati a mão no aparelho sob o criado mudo e me envolvi novamente no cobertor quentinho.

- Tô pensando seriamente nas consequências de permanecer com você aqui, o dia inteiro desse jeito! A voz de Paola soou baixa e sonolenta, quando seus braços rodearam minha cintura.

- Se você inventar uma desculpa plausível para nós duas, eu topo essa loucura! Embarquei na sua brincadeira.

Era notório o quão cansadas nos encontrávamos.

- Ok, a gente diz que a cama partiu ao meio e nós ficamos presas entre a madeira dos estrados.

- É o quê? Me virei defronte a ela, dessa vez rindo.

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora