Capítulo Quatorze

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POV Paola

Bom, aqui estava eu. Depois de um dia exaustivo e desgastante, finalmente eu chegava em casa.

Eu me sentia péssima. Na realidade, eu me sentia assim desde ontem à noite. Depois da discussão com Ana. E ignorá-la durante todo o dia, tornou tudo pior.

Coloquei a chave na fechadura e girei a maçaneta, encontrando a casa escura e silenciosa. Também pudera, já se passavam da uma da manhã.

Assim que adentrei a sala, o que eu mais temia estava acontecendo.

Ana Paula estava ali. Tinha a cabeça recostada sob o sofá, mas sua posição não aparentava ser nada agradável. Sua expressão também não negava o quão incômoda ela se sentia ali.

Fechei a porta, trancando-a em seguida e caminhei silenciosamente até próximo à minha esposa.

Seu rosto era iluminado apenas pelo abajur ao seu lado e em seus lábios, um pequeno bico se formava.

Observei-a por alguns instantes e me amaldiçoei por ter sido tão idiota, tanto ontem a noite como durante o dia todo. Era hora de me redimir. Ou pelo menos, tentar.

- Querida. Chamei-a acariciando-lhe o braço e mantendo meus olhos fixados em seu rosto. Ana abriu-os lentamente e me olhou. Confusa e amedrontada? Por que eu tinha impressão de ver medo em seus olhos? Precisamos conversar! Soltei de uma vez e percebi a baixinha se arrumar no sofá.

- Ah! Você voltou. Pronunciou e a confusão tomou a mim. A vi se levantar e se afastar de mim. Achei que fosse passar a noite na rua pra me manter afastada.

- Ana...

- Não vem com Ana, não Paola. Onde você passou o dia todo? Porque no restaurante que não foi. Disparou de forma agressiva. Ela estava muito nervosa. E eu não tirava sua razão.

- Eu fui resolver uma coisa.

- Que coisa é essa que não podia pelo menos me esperar acordar pra sair?

- Ana, eu não podia. Eu não queria te preocupar. Eu já não sabia o que fazer. Ela estava furiosa. Sua respiração era ofegante e de seus olhos escorriam lágrimas.

- Claro. Não queria me preocupar. E não podia nem me atender ou responder minhas mensagens pra avisar que estava bem, não é mesmo?

- Amor. Levantei-me na intenção de me aproximar dela.

- Não vem não, Paola. Não se aproxima de mim. Pôs a mão a frente do corpo, evitando qualquer contato. Você acha que eu sou o que? Questionou chorando. Seu tom de voz era baixo, levando em consideração que estávamos na sala e Francesca estar em casa.

- Me deixa explicar.

- Eu não quero ouvir. Você já me fez de trouxa demais por hoje. Virou-se e caminhou em direção a escada.

- Ana espera, vamos conversar. Eu pedia, seguindo-a para o andar superior.

Entramos no quarto e ela parou frente à janela. Fechei a porta atrás de mim e a observei. Ela chorava e eu tinha vontade de envolvê-la em meus braços para acalentá-la, mas ela não me permitia aproximar-me.

- Vida... Tentei iniciar novamente a conversa.

- Você quer falar o quê, Paola? Suas palavras eram amargas e ela ainda não me olhava.

- Eu quero adotar o Frederico! Disparei de uma vez e vi a mulher à minha frente ficar tensa.

- Você só pode tá de palhaçada com a minha cara. Se virou me fitando. Seu olhar era vago e as lágrimas escorriam sem pudor por sua face. Você só pode tá brincando comigo. O que você quer, Paola? Já não basta me tratar como uma idiota qualquer o dia inteiro?

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora