Capítulo Onze

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POV Paola

- SURPRESAAA! Francesca gritou assim que abri a porta. Me assustei de imediato, levando a mão ao peito.

- Puta que pariu! Proferi fechando os olhos e me apoiando no batente da porta.

- Olha a boca, mamá! Pulou em meu pescoço e me abraçou, beijando-me a bochecha.

Passado o meu susto, envolvi sua cintura e a abracei fortemente. Céus, que saudade eu estava da minha menina.

Quando ela se afastou, comecei a dar tapinhas, sem força, em sua bunda.

- Você quer me matar, criatura? Questionei, enquanto a estapeava.

- Aí! Mãe, socorro! Gritou para dentro do apartamento e Ana Paula apareceu, vinda da cozinha. Ela sorria e tinha nas mãos, um pano de copa branco. Me ajuda, ela tá me batendo. Fran apontou pra mim, enquanto ainda estava esquivada no canto da parede.

- Eu nem tô te batendo mais. Dramática! Sorrimos juntas. Anda, entra logo. Antes que eu te deixe pra fora, como castigo.

Fran passou por mim, e só então notei a presença de Matias, apoiado na parede, nos observando com uma expressão divertida.

- Matias! Que surpresa de te ver aqui! Caminhei até o rapaz, deixando de lado toda a cordialidade de algum tempo atrás e o abracei. Digo, que surpresa ver vocês dois, não é? Brinquei e ele riu.

- Oi Paola! Como vai? Perguntou educado, como sempre fora.

- Bem, obrigada! Mas vem, vamos entrar. Comecei a puxá-los para dentro.

Adentramos o apartamento e eu me sentei no sofá junto à Francesca e Matias, engatando numa conversa animada.

Ana Paula pedira licença e se dirigira até a cozinha, com o argumento que terminaria o jantar, pois o casal recém chegado, deveria estar faminto.

- Mas porquê vocês não ligaram? Nós buscaríamos vocês no aeroporto. E espera... Pausei me situando no dia da semana, ainda era quarta feira à noite. Vocês não estão perdendo aula? Aconteceu alguma coisa? Meu tom se alterou de animada para preocupada.

- Meu Deus! Se acalma mulher! Minha esposa, que eu até então não havia percebido sua presença, chegara por trás e me massageava os ombros. Amor, você tá muito tensa. Os meninos vieram passar uns dias com a gente, por justamente não terem mais tarefas na faculdade. Tá tudo bem, relaxa! Explicou, se inclinando e beijando-me a bochecha.

- Você sabia que eles vinham? Questionei confusa.

- Surpresa! Proferiu com um sorriso sapeca nos lábios.

- Bando de traíras! Me levantei, me afastando do grupo. Eu tô pior que marido traído, meu Deus. Sou sempre a última a saber das coisas. Iniciei uma cena, fingindo chateação. Traída pela minha própria família, a que ponto cheguei! Pus as mãos sob o rosto.

A gargalhada de Francesca se fez presente no ambiente, alta e sonora. Tirei as mãos do rosto, e cerrei os olhos, olhando pra ela.

Ela não se intimidou e continuou rindo, acompanhada por Ana e Matias. Suas bochechas estavam avermelhadas e seus olhos marejados por conta do riso.

- Quando aconteceu? Direcionou a pergunta para Ana Paula, se referindo ao meu pseudo surto dramático

- Um pouco depois que você foi embora. Deu de ombros. Acho que é carência materna. Sussurrou com a mão nos lábios e dessa vez quem riu alto, fora Matias.

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora