Capítulo Dezesseis

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POV Paola

Faziam quinze dias desde que demos entrada no processo de pedido de guarda de Frederico.

Na mesma semana em que o pedido fora protocolado, o Dr. Ernesto Drumond, advogado especializado em casos de família e adoção assumira o caso e marcara uma reunião comigo e Ana Paula para explicar tudo, como Sara havia informado que seria.

A reunião fora para esclarecer alguns fatos e marcar a audiência preliminar para conversarmos com o juiz.

Uma semana depois, Frederico fora enviado para o orfanato e nossas visitas ficaram mais escassas. Como Sara já havia nos alertado, as mesmas eram supervisionadas e com tempo limitado. E os dias também diminuíram, limitando-se à três vezes na semana.

Tudo estava bem difícil, mas eu e Ana nos mantínhamos fortes, pelo nosso menino. Ele, que já estava mais esperto e completara seu segundo mês de vida, sempre nos enchia de orgulho e amor a cada visita.

As coisas pioraram quando fomos informadas que outros dois casais haviam se interessados por nosso Fred e também estavam na disputa.

Eu fiquei péssima e Ana, que se mostrava tão forte e sempre me mantinha animada e esperançosa, não conseguira manter o pensamento positivo. Quando saímos do orfanato naquele dia, seu silêncio se fez presente em todo o caminho e ao chegar em casa ela desabou. Chorava forte e de perder o fôlego.

Àquilo acabara comigo. Mas me mantive firme, para que ela soubesse que nós venceríamos. Ou pelo menos, era isso que eu sonhava.

O dia amanhecia e era sexta feira. Um dia muito especial para Ana e eu.

Nosso aniversário de casamento.

A cama bagunçada e as roupas espalhadas pelo chão do quarto, indicavam que a comemoração havia sido quente e muito bem aproveitada.

Eu havia preparado o jantar e a noite fora regada de muito amor, gemidos e respirações ofegantes, por toda a casa. Tinha convencido minha esposa a comemorarmos no dia anterior, com a desculpa que nosso dia seria corrido, por ser sexta feira, e ela, que nunca se apegou muito com essas coisas de datas, aceitou prontamente.

O que Ana não sabia, era que eu tinha uma surpresa pra ela.

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- CORTA! Pato gritou, finalizando a manhã de gravação. Pessoal, intervalo de uma hora pro almoço. Não se atrasem por favor.

Todos começaram a sair do estúdio, inclusive eu que tinha coisas para resolver naquele período.

Me aproximei de Ana que estava prestes a entrar em seu camarim, abraçando-a pela cintura. Senti seu corpo tensionar pelo susto, mas ela logo envolveu seus braços nos meus, me puxando para dentro do lugar.

- Que susto! Se virou defronte à mim, envolvendo agora minha nuca.

- Desculpa! Beijei a ponta de seu nariz. Você tá especialmente linda hoje. Ela sorriu, de um jeito tão lindo que me apaixonei por ela, de novo.

- Obrigada. Escondeu o rosto no vão do meu pescoço.

- Muito me admira você, Ana Paula Padrão, jornalista de renome, âncora de jornais televisivos por anos, ficar envergonhada por um elogio meu. Se afastou e me olhou. São dezessete anos, amor. Sorri divertida.

- E eu nunca me acostumo a ser elogiada pela mulher mais linda e elegante que eu já conheci na vida. Podem se passar mil anos.

- Xeque-mate! Meu olhar se alternou entre seus olhos e sua boca e eu findei o espaço que nos separava.

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora