Capítulo Cinco

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POV Ana Paula

A semana passara de forma rápida e finalmente o dia da viagem à Brasília havia chego. Eu e Paola estávamos sentadas no sofá apenas aguardando a boa vontade de Francesca em terminar de se arrumar. A menina estava tão ansiosa que não conseguira dormir há alguns dias e na noite anterior não havia sido diferente, o que fizera acordar ligeiramente atrasada do horário combinado.

- Francesca, se você não descer em trinta segundos eu e sua mãe iremos sem você, criança! Paola gritou impaciente pela demora.

- Amor para de apressar ela. Não estamos tão atrasadas e ela já está nervosa. Recebi um olhar mortal de minha esposa e a olhei sorrindo, lhe dando um selinho em seguida.

- Você é muito cínica, Ana Paula. Disse com os lábios ainda próximos aos meus. E o pior de tudo é que eu amo isso.

Seu comentário me fez rir mas logo seus dedos se fecharam em minha nuca e ela me beijou, dessa vez aprofundando nosso toque.

Sua mão livre passeava por meu corpo e eu já não me importava se minha roupa ficaria amarrotada. Aliás, eu não me importaria se Paola as arrancasse ali mesmo.

- Ai meu Deus! Ei vocês duas, eu ainda moro aqui. Fran disse alto parada no último degrau da escada, com uma das mãos tampando os olhos. Me afastei rapidamente de Paola, atordoada e ofegante.

Suas mãos que estavam em minha cintura afrouxaram o toque mas ela não me soltou. Inclinou a cabeça no sofá e olhou na direção de Francesa, com um sorriso divertido nos lábios.

- É bom você dizer que está pronta, ou eu desisto de ir.

- Então para de se atracar com a minha mãe no sofá e vamos logo.

- Cuidado com a boca hein, Fran. Fora minha vez de falar, chamando a atenção da loira.

- O quê? Vocês que estão parecendo duas adolescentes em começo de namoro. Debochou, se aproximando de nós arrastando sua mala de rodinhas.

Eu ia retrucar, mas Paola tomou a frente.

- Meu amorcinho, sua mãe sempre será minha namorada.

- Ahhh eu não aguento vocês duas, não! Se jogou em cima de nós.

- Francesca! Gritamos juntas e nos contorcemos embaixo da menina. Minha nossa, você é magra mas é ossuda filha. E um osso bem pesado, diga-se de passagem. Paola dramatizou, fingindo estar sem fôlego.

- Ok, vou ignorar esses insultos logo pela manhã, só pra dizer que vocês são o casal iti malia que eu mais amo tá! Beijou minha bochecha que sorria boba pra ela e em seguida de Paola. Agora vamos logo que eu tenho muita coisa pra resolver ainda hoje, e não quero e nem posso perder o vôo. Levantou e colocou-se em sua melhor postura. Vou esperar vocês lá fora. Pegou sua mala e saiu do apartamento.

Enquanto ela se afastava em direção à porta, eu a admirava. Fran era uma menina linda. E tornou-se uma mulher exuberante. E não somente em beleza física. Ela possuía um jeitinho único de lidar com a vida. Era séria e muito responsável entretanto nunca perdera a doçura e o olhar terno de criança. Sempre fora o nosso equilíbrio nos momentos de penumbra. Se as coisas iam bem, ela se encarregava de tornar tudo melhor. Por outro lado, se o momento era ruim, fosse em casa por algum problema ou uma discussão entre eu e Paola, Fran procurava manter o bom humor ativado no nível extremo.

Desviei meu olhar e encontrei Paola me observando. Tinha os olhos levemente marejados e sustentava um sorriso lindo, daquele que ela não mostra os dentes e a covinha se destaca. Por Deus, eu sou completamente apaixonada por essa mulher.

Acasos do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora