Capítulo 9 SOMENTE 15 CAPÍTULOS POSTADOS - DISPONÍVEL NA AMAZON

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            O barulho da freada do carro, junto com o grito de Richard e Marina chamou a atenção de todos que estava passando ao redor. O tempo parecia que havia parado de transcorrer.

O primeiro a sair do torpor foi Richard, não sabendo o que faria primeiro, se ia para Letícia, atirada no meio da rua, com o sangue se formando embaixo da sua cabeça ou de Marina, que chorava um pouco mais adiante, mas que ele não a via, por causa do carro que havia parado as separando.

— Marina! Jesus Cristo!

Para o alívio de Richard, Maurício corria em direção à Marina e Richard foi para Letícia.

— Meu Deus! — Uma terceira voz apareceu ao fundo, no momento em que todas as pessoas já se amontoavam para ver o que havia acontecido.

Cidade pequena não havia muito atrativos, então qualquer coisa que saísse do comum era motivo de multidões curiosas, cheias de opiniões que não relevavam no momento e não ajudavam nenhum pouco.

— Elas apareceram do nada, quando eu vi já estava em cima para frear e... ah, meu Deus, alguém chama a ambulância! — O motorista do carro que havia atropelado Letícia estava desesperado com a situação.

Sérgio não acreditou no que viu com seus próprios olhos. Num segundo estava tomando seu chimarrão, calmamente conversando com alguns clientes e no próximo, viu Marina indo em direção à rua, Letícia correndo na direção contrária e o carro se aproximando. O barulho de freada e o baque de Letícia no chão foi como se ele fosse atingido em cheio.

Ele correu em direção ao meio da rua e viu Maurício abraçando Marina, que já havia se levantado.

— O que aconteceu? Marina, por que tu te saiu correndo assim? — Sérgio questionou a afilhada chorando desesperadamente, no colo de Maurício.

— Ela soltou a minha mão — Maurício disse, acalmando o seu coração.

— MARINA! — Liana apareceu empurrando metade das pessoas que estavam ali de curiosos. — QUE PORRA ACONTECEU AQUI?

O burburinho aumentou mais quando os funcionários e clientes do mercado se juntaram ao pessoal que já estava vendo tudo de camarote.

— Eu não vi, eu juro que não vi elas vindo na minha direção! — O pobre homem ainda explicava para todos que estavam ali.

— Tu quase matou a minha filha! — Liana rebateu, pegando Marina no colo, que ainda chorava, ela nem havia visto Letícia desacordada ainda.

— Não! Eu não fiz nada, estava andando na rua quando a moça apareceu na frente do carro e eu freei o mais rápido que pude.

— Liana! — Sérgio, com as pernas bambas, se aproximou da irmã enfurecida. — Eu vi a cena, ela estava com o Maurício e saiu correndo, como sempre fez, e a Letícia foi mais rápido e a empurrou, mas não antes do carro bater nela.

— ALGUÉM CHAMA A PORRA DE UMA AMBULÂNCIA! — Todos ouviram Richard gritar por de trás do carro que estava ainda estacionado no meio da via.

Richard estava ajoelhado ao lado de Letícia. Seu corpo tremia, sem ação nenhuma, além de encostar a mão perto do seu rosto e sentir a respiração lenta dela.

Sabia que precisava fazer alguma coisa, tomar conta da situação como médico que era. Só que não tinha nada que pudesse ajudar naquele momento. Precisava de uma ambulância com todos os aparatos para levar Letícia até o hospital e de lá começar a agir. Queria levar ela para o seu hospital, lá sabia que ela seria atendida pelos melhores e cuidada de uma forma que ele saberia tudo o que seria feito.

Sérgio e Maurício apareceram, enquanto Liana ainda gritava com o pobre motorista que não tinha culpa nenhuma do acontecido.

— Ela está bem? — Maurício foi o primeiro a questionar.

— Não sei — respondeu Richard com receio de tocar em Letícia. E se ela tivesse fraturado alguma coisa? Se ele mexesse poderia ser pior. — Preciso da ambulância e um hospital, o mais rápido possível. Quero uma estabilização e uma UTI móvel para levar ela para o meu hospital!

— Ela está chegando. — Sérgio disse.

— E a Marina? — Richard quis saber, já que apenas escutava a voz de Liana, ainda xingando.

— Aparentemente ela está bem. Vi que se levantou logo depois que caiu.

Richard suspirou tirando metade do peso insuportável dos seus ombros. Pela condição diabética de Marina, todo e qualquer machucado era perigoso. A cicatrização era demorada e o risco de infecção era altíssima.

O barulho da ambulância afastou as pessoas mais curiosas. Richard avistou os socorristas e os conhecia, ficando mais calmo, por confiar no trabalho deles. Ajudou na imobilização de Letícia e catou Liana do meio da briga que Sérgio tentava apartar, para que lhe entregasse Marina para eles irem ao hospital. Queria exames completos em Marina para ter certeza de que nada estava fora do lugar.

— O cara não teve culpa, Liana! — Richard falou mais alto para que ela escutasse. — Eu vi a cena, Marina correu e Letícia se atirou na frente.

Liana não gostou nenhum pouco da forma como Richard estava falando com ela, mas a saúde de Marina falava mais alto do que a vontade dela de ficar brigando.

Richard fechou a porta da ambulância que os levaria ao hospital e se aproximou de Letícia. Tirou a mecha de cabelo grudada no rosto dela, deixando um rastro de sangue que gelou o seu corpo por completo. 

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