Capítulo 11 SOMENTE 15 CAPÍTULOS POSTADOS - DISPONÍVEL NA AMAZON

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          Letícia estava desconfortável. E não pela situação em si, este era outro patamar de desconforto. No momento ela estava no físico mesmo. De não encontrar posição confortável para ficar. Todo o seu pequeno e esguio corpo doía, sem exceção de nenhum osso e músculo que fosse.

Richard disse que era uma coisa completamente normal na condição dela e que já tinha prescrito todos os medicamentos que poderia para ajudá-la a passar os primeiros dias. Aqueles seriam os piores, mas como tudo na vida, passava. Letícia, naquele momento, já não tinha tanta esperança de que realmente um dia iria parar de doer.

Estar longe de casa, num quarto de hospital e sendo acompanhada por Richard, Paula e Bia não era bem o que alguém poderia chamar de repouso calmo e silencioso que ela deveria ter. E também não reclamava, principalmente de Paula e Bia quando iam a visitar. Era os únicos momentos de folga que ela conseguia ter sem Richard a acompanhando de muito perto. Mais perto do que qualquer paciente gostaria de ter um médico. E na hora em que a enfermeira de plantão lhe dava banho, contudo, Letícia sentia tanta dor naqueles minutos que acabava nem contabilizando.

Não reclamava. Estava viva e feito a única coisa importante em toda a sua mínima vida: havia salvado a de Marina. A vida da pequena Marina era bem mais importante do que a de Letícia. Ela tinha um futuro brilhante pela frente. Dotada de uma inteligência aguçada, Letícia tinha certeza absoluta que ela seria importante ao ponto de todos a conhecerem. Ou ela faria um jeito de que isso acontecesse.

Se fosse para dar a Marina a oportunidade de crescer, descobrir o mundo além dos olhos de criança e deixar a sua marca por onde passasse, diferente da vida de Letícia, ela se atiraria milhares de vezes em frente a um carro, ônibus ou trem em movimento para que a criança pudesse sair ilesa. Marina tinha muitas chances e Letícia queria que ela realizasse cada uma delas.

E deitada naquela cama, quase imóvel e com dor, Leticia só queria voltar para sua casa. Aproveitar os últimos instantes que teria aquele teto sob a sua cabeça. Olhar as estrelas naquela janela do seu quarto em cima da sua cama. Tudo aquilo pela última vez. Deitar e acordar ali. Entretanto, até levantar da cama para ir ao banheiro era uma tarefa quase que hercúlea para Letícia. E nem chorar em paz ela podia, pois sempre havia alguém ao seu lado.

Richard estava sentado na poltrona ao lado de Letícia, se atualizando com Liana sobre os acontecimentos dos últimos dia da família Chiarelli. Um âmbito que sempre abrangia diversos segmentos da família.

Liana: João está ótimo, com um charme que herdou do mano, de rir para todos que passam na rua. Um nojinho de tão fofo. Fernanda disse que ele anda mamando mais do que dormindo agora, deixando que ela consiga sair de perto por mais do que alguns minutos.

Richard: ahhhh, coisa fofa do dindo! Muita saudade desse gorducho. E quanto ao resto?

Liana: ahh, uma coisa, como sempre. Inácio está enraivecido com o Sérgio porque colocou na cabeça que ir morar com a Pauline. É claro que o mano não vai deixar que ele faça isso!!! E muito menos a Fernanda!! Ainda mais no meio do ano letivo! Até o Maurício teve que se meter e dizer que não era aconselhável. Mesmo assim o Inácio saiu gritando e batendo as portas.

Richard: Olha só, parece alguém que eu conheço....

Liana: Idiota.... Mas é sério! O Sérgio está bem estranho e o Inácio o deixa pior ainda. Quer afrontar e o mano não quer bater de frente para não criar atrito entre eles e a Fernanda. Ontem ele dormiu aqui com a Marina, questionei o que tinha acontecido e ele nem as horas me deu. Liguei para o Sérgio e ele me disse isso da escola.

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