§Capítulo 1§

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Jesy

Jesy, uma adolescente comum está prestes a se formar faltando apenas dois meses para as aulas acabarem.

São seis da manhã e Jesy mal dormiu durante a noite, está ansiosa para chegar na escola e poder finalmente poder participar do Show de Talentos Anual da escola.

Ela e sua melhor amiga Lauren vão participar da peça de despedidas e como são as representantes de sua turma farão o discurso de despedidas de sua formatura.
Jesy é uma das mais populares de sua escola e todos são muito educados com ela e com Lauren.

– Seis e meia? Jura? – digo para mim mesma ansiosa para começar a me arrumar.

Olho para todos os cantos do quarto com as paredes completamente brancas. Nunca gostei de outros tipos de cores extravagantes além de branco. Nem precisa comentar, sou estranha, eu sei.

Me deparo com um retrato meu com meus pais quando ainda era pequena meus cabelos loiros não tão escuros perfeitamente arrumados com duas mechas cacheadas amarradas para trás enquanto o resto do cabelo está arrumado em cachos curtos, que ficavam frente de minhas orelhas mas não encima de meu rosto não tão branco, meus olhos azuis eram felizes e iluminavam ainda mais meu sorriso. Ao meu lado também sorrindo estava minha mãe, com os cabelos cacheados marrons para frente de seus ombros, com olhos castanhos brilhantes e um batom nude que era discretos em sua pele branca. E finalmente meu pai, com os olhos azuis como os meus, mas ao invés de animados estavam em paz e um sorriso não muito grande como o meu e o de minha mãe mas que mostravam como estávamos felizes naquelas férias, eu com um maio branco, minha mãe de biquíni verde e meu pai sem camisa. Todos muito felizes.

Olho para a outra foto que estava ao lado, éramos eu e Lauren quando fizemos nossa primeira apresentação no Show de Talentos. Estávamos com uma fantasia de borboleta, como eu gostava de branco e ela de azul claro fizemos as asas a base dessas cores com detalhes pretos.

Me sento na cama, pego meu celular de capa branca com pedras formando uma flor e olho as horas.

– Que saco! – exclamo. – Ainda faltam dois minutos. – digo para mim mesma colocando meu celular novamente na escrivaninha que estava com as fotos ao lado de minha cama.

Me levanto e vou até o banheiro, escovo meu cabelo loiro escuro ondulado nas pontas e escovo os dentes. Após lavar meu rosto passo a base e o rímel, coloco levemente com as pontas dos dedos um pouco de batom rosa e saí. Coloquei uma camiseta branca e uma calça jeans claro, peguei meu tênis cano alto branco com detalhes de flores cinzas nos cantos externos, peguei um moletom de zíper cinza claro e desço.

Chegando no final das escadas sinto o cheiro do café, o que significa que minha mãe já estava acordada olho para a sala de estar e vejo meu pai lendo o jornal, o que significa também que ele já comprou o pão, me dando a boa notícia de que hoje eu não iria ter que esperar para tomar café da manhã.

– Bom dia. – digo baixo para minha mãe dando um beijo em sua bochecha.

– Bom dia. – ela diz baixo também e rindo como se soubesse oque eu estava tramando, “que absurdo, eu sou um anjinho!”

Vou na ponta dos pés até a sala, meu pai estava de costas prestando atenção no jornal que acabara de comprar e tomando uma xícara de café. Espero ele colocar a xícara na mesinha ao lado para não correr risco de o queimar.

– BOM DIA! – grito e rindo ao mesmo tempo quando ele pula com o susto que eu dei nele. Ele se vira rápido e ri quando vê sua filha favorita! Ok Jesy, chega de colocar estima onde não tem.

– Ok você venceu a aposta, conseguiu me dar um susto. – ele ri de novo. – Eu vou deixar você dirigir o meu carro para ir a escola sozinha como o prometido.

Explicando o porque de uma marmota loira como eu querer assustar o deus grego do meu pai, foi ele que se nomeou assim então nem tentem me contrariar, ele é lindo mesmo!, a uma semana eu e ele discutimos, eu reclamei que não precisava que ele me levasse para a escola desde que consegui tirar minha carteira e assim acabei misturando o assunto de que ele não poderia ser assustado por ninguém, eu também não sei como fiz isso. Então fizemos uma aposta: Se eu conseguisse dar um susto nele, ele me deixaria dirigir o seu carro até a escola sozinha sem que ele reclamasse.

Se eu não conseguisse, nunca mais reclamaria e não iria pedir mais a chave do carro.

– Rá! Eu avisei que seria mais fácil se você me desse a chave de uma vez. – falo convencida. – Mas você não me deixou escolha. – digo brincalhona com um olhar maldoso para ele e começo a rir que nem uma louca engasgada com a cara de nojo dele.

– Ela te avisou mesmo querido. – diz minha mãe da cozinha ainda rindo, mas diferente de mim, minha mãe ri como uma rainha, já a lombisgóia aqui ri até jogar as tripa para fora.

– Ele podia escolher, não é. – digo rindo e me sentando no balcão de mármore branco e olhando para a praia que podia ser vista pela enorme porta de correr inteiramente de vidro. Eu não estava lá fora mas dava para ver que estava ventando. Como ainda era cedo, estava um pouco nublado mas logo o céu iria começar a abrir.

Meu pai me entrega as chaves.
– Pronto, feliz? – pergunta ainda demonstrando a derrota me olhando como se eu fosse uma barata que conseguiu fugir do chinelo.

– Agora estou. – digo rindo, pego um pão com geleia que minha mãe tinha feito e bebo um pouco de suco de laranja. Olho pro relógio pendurado na parede e engasgo espantada com a hora.

– Tenho que ir! – digo ainda com o pão na boca, depois de mastigar com muita velocidade tomo mais um gole de suco para descer o seco da farela do pão. Recolho a chave em minha mão, pego minha mochila e dou um beijo rápido na bochecha de meus pais.

– Tchau pra vocês, tenham um bom dia. – digo gritando indo para a garagem. Abro o portão grande com pintura marrom gasto e entro no carro dando partida logo depois.
– Quero meu carro inteiro quando voltar, ouviu capivara? – grita meu pai saindo pela porta com pressa e mostro a língua, óbvio que ele devolve o gesto.

– Crianças. – minha mãe nos reprova revirando os olhos. – Tenha uma boa aula querida. – minha mãe diz por fim acenando para mim, devolvo o aceno antes do portão elétrico fechar e dou partida admirando a vista da praia a minha direita e subindo o morrinho de concreto a minha esquerda entrando em uma das ruas principais, indo em direção a escola.

§Guardiões da Terra: Os Novos Herdeiros§ [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora