§Capítulo 2§

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Lauren


Já estava caminhando até a escola, como eu morava perto não tinha o porque ir de carro. O vento estava forte e batia no meu cabelo cacheado preto, o fazendo ir para a frente do meu rosto. Rio quando os fios fazem cócegas em meu pescoço, puxo o cabelo colocando para frente de um dos ombros. Olho para o mar admirando a bela vista e novamente me perdendo em meus pensamentos, se você é aquele amigo que sempre voa na maionese, então parceiro, ‘tamo junto!

Se conheço bem Jesy o pai dela já, já deve passar por aqui e me obrigar a entrar. Rio comigo mesma ao lembrar de quando eu e Jesy discutimos com ele avisando que já temos dezoito anos e não precisávamos que ele nos levasse.

Paro no lugar onde sempre nos encontramos e vejo o carro vermelho do pai de Jesy ao longe, apesar de ele ser meio paranoico, paranoico é pouco, esse cara é louco!, voltando aqui, ele é muito rígido em relação a nossa segurança, mas mesmo assim eu gosto muito daquele esquizofrênico de olhos azuis. Ele me ajudou a superar a perda do meu pai quando ele morreu em um acidente e acabou se tornando um segundo pai para mim.

Quando o acidente aconteceu eu e Jesy ainda éramos pequenas, mas ainda me lembro de quando brincava de pentear aqueles cabelos pretos e ondulados e quando a gente brincava de quem ficava mais tempo encarando o outro, o famoso não pode piscar, eu sempre perdia porque ele começava a fazer um monte de caretas e eu caia no chão de tanto gargalhar que nem uma hiena com dor de barriga, AQUILO NÃO VALIA.

Sem perceber acabo sorrindo comigo mesma ao lembrar desses tempos bons ao lado dele. No início do meu luto, eu ficava sozinha sempre chorando quando me lembrava desses momentos porque ficava com muita saudade, ainda tenho, mas quando conheci Jesy e o pai dela tudo mudou, eles me ensinaram a não chorar por esses momentos e sim sorrir por eles, sorrir para mostrar pro mundo que aquele homem que morreu não era qualquer pai, era o MEU pai. E agora graças a ajuda de Jesy e do senhor Smith eu estou aqui agora, sorrindo para aqueles momentos e não sendo tão fria com minha mãe que mesmo depois de eu ter dito por raiva algumas coisas para ela, continuou lutando por mim, porque sabia o que eu estava sentindo e eu sabia dos sentimentos dela, ambas estávamos com saudades, quando uma encontrava a outra chorando a abraçava e começávamos a falar sobre os momentos bons, olhávamos para fotos nossas em um álbum de fotos muito grande de todas as nossas viagens e agora além de fotos de nós três, tínhamos também fotos com os Smith que de alguma forma, principalmente por causa de Jesy, fizeram o mundo para mim e minha mãe voltar a ter cor e acabamos nos tornando muito próximos dos Smith e consideramos eles nossa família e eles retribuíram nossa consideração.

Como exemplo, em muitas das voltas de nossas viagens a gente discute quem vai ficar com quais fotos, então fizemos um tipo de tratado de paz e concordamos em revezar a emolduração das fotos, uma viagem ficava comigo e minha mãe e a próxima ficaria com os Smith. É bem engraçado quando esquecemos de quem é a vez de ficar com as fotos e acabamos discutindo tuuuudo de novo.
Meu sorriso se alarga em meio aos pensamentos sem perceber que Jesy já buzinava e gritava meu nome que nem uma doida.

§Guardiões da Terra: Os Novos Herdeiros§ [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora