§Capítulo 14§

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Lylian


Apesar da dor de caminhar, fico grata por Alex quebrar esse galho para mim e me ajudar a ficar de pé, apesar de também parecer estar com muita dor, e quando me acomodo dentro do carro, acabo cochilando no ombro de Jesy.

Acordo com ela me balançando e dizendo que já estávamos em frente a minha casa, me despeço de todos ainda um pouco sonolenta e dolorida por causa do abraço que não consegui esquivar daquela armadura, cumprimento minha mãe que acaba comentando que cheguei uma hora antes do que havíamos planejado por telefone.

– Filha tem certeza que está bem? – pergunta ela.

– Estou mãe. – minto. – Vou tomar um banho e ir dormir, amanhã falamos sobre o roxo no seu braço. – eu não sabia como, mas sabia que ela colocou aquela blusa de moletom para que eu não visse o roxo. Subo as escadas passando pelo corredor onde vejo meu pai novamente bebendo, como se soubesse que eu estava ali, ele olha para mim sério.

– Onde você estava? – pergunta com a voz firme.

– Só para deixar bem claro, na próxima vez que você encostar na minha mãe por minha causa ou por causa do estresse no trabalho, eu mato você. – digo rispidamente e me dirijo para as escadas que levavam ao terceiro andar, paro no meio delas e olho para meu ombro. – E você sabe que eu cumpro com o que prometo. – digo alto o suficiente para saber que ele me ouviu e termino de subir as escadas a fim de ir logo para meu quarto.

Entro no meu quarto que, não querendo me gabar mas me gabando, era o maior da casa, tinha quatro paredes e as da minha frente e trás do quarto tinham janelas duplas e ambas com uma cabeceira almofadada com muito espaço e cheia de travesseiros confortáveis, vou até o banheiro e tomo um banho engolindo o grito que tive vontade de dar um quando entrei na água. Quando saio, pego um creme para dor causadas por queimaduras e o passo na frente de minha cintura inteira e depois de morder a língua segurando a dor, passo o creme para sumir com a marca da queimadura.

Coloco um blusão com mangas que parava abaixo da minha cintura cinza escuro com uma estampa de Snoop e um short liso pequeno preto, em seguida me deito na cama.

(...)
Rolo para um lado, rolo para o outro, mas não conseguia dormir. Me levanto com o cobertor felpudo em volta do meu corpo como um manto e me sento na cabeceira da janela dos fundos do meu quarto que dava vista para a praia. A noite estava estrelada e limpa , onde a lua estava crescente e brilhante.

Enquanto encarava a lua, um sentimento de luto invade todo meu subconsciente. Algo estava para acontecer mas eu não sei o que é, balanço a cabeça para tentar tirar essa sensação de mim e acabo dormindo em meio a esse sentimento assustador que já estava me deixando com medo.

(...)
Seis da manhã e eu já havia acordado com gritos de discussão abafados. Desço os três andares correndo e encontro meus pais na cozinha, meu pai dá um tapa em minha mãe que já chorava, ele se vira e fica surpreso ao me ver ali.

– O que... Você... Está... Fazendo!? – pergunto pausadamente para não pular no pescoço dele e acabar com meus problemas ali mesmo.

– Filha... Eu não vi que estava aí. – diz ele para mim calmamente. Ele vem em minha direção mas recuo já indo para trás da porta e com os olhos cheios de lágrimas, ameaçando correr por meu rosto mas seguro todas e enxugo as lágrimas antes que caíssem.

– Filha por favor, não fique com medo de mim, eu nunca a machucaria e você sabe disso...

– Por isso você machuca minha mãe!? – interrompo quase gritando com mais lágrimas ameaçando cair. – Você é louco! Nunca mais me chame de filha e nem mesmo ouse tentar olhar para mim como sua filha!

§Guardiões da Terra: Os Novos Herdeiros§ [REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora