TOTALMENTE SUA

Capítulo 8

Ao chegar à portaria perguntei sobre o estado de Joaquim e fui informada que ele passava bem e que estava se recuperando. Deixei instruções para que se Felipe aparecesse novamente chamassem a polícia. Entrei no carro e fui em direção ao escritório, de lá faria as ligações necessárias. Ao sair do prédio onde moro, pude observar que um veículo me seguia, depois percebi que outro veículo nos seguia também, porém de forma discreta, Felipe não me deixaria em paz, então teria de me defender com as armas que tivesse. Cheguei à sede da empresa e estacionei, desci do carro, peguei o taco de beisebol, me dirigi ao carro que estava me seguindo e que estacionou um pouco mais a frente, e comecei a bater. Quebrei os retrovisores, as lanternas e o para-brisa, me dirigindo ao motorista disse:

- Dê o seguinte recado a Felipe: seja homem e venha me encontrar, pare de ficar mandando intermediários, venha me confrontar pessoalmente.

Os homens ficaram atônitos com meu comportamento, dei as costas e me dirigi ao elevador. Ao entrar na minha sala, liguei para Suzi e mandei que ela avisasse a Guido que estaria aguardando ele e sua equipe na sala de reuniões. Peguei a pasta com os relatórios, me dirigi a sala de reuniões e fiquei aguardando. Em poucos minutos Guido entrou, com aquele sorriso cínico.

- Bom dia, Paola! Pensei que não viesse hoje. Aqui estão os relatórios que solicitou. Disse ele debochando.

- Bom dia. Respondi secamente.

Peguei os relatórios e comecei a analisá-los. Realmente os relatórios anteriores, estavam totalmente maquiados, a empresa não adquiriu nenhuma aquisição em 12 meses, ou seja, fechamos o exercício anterior com prejuízos acumulados.

- Não entendo Guido, o que você ganhou fazendo isso? Perguntei.

- Ganhei muito dinheiro para fazer essa empresa falir. Fui contatado por um empresário muito rico que me ofereceu muito dinheiro para afundar essa empresa. Respondeu ele.

- Posso saber o nome do seu benfeitor? Perguntei irônica.

- Felipe Del Rey. Respondeu.

- Bom como você mesmo acabou de informar que recebeu muito dinheiro para sabotar e falir a empresa, a partir desse momento está demitido, venha na segunda feira para assinar os papéis de sua rescisão. Disse calmamente.

- Você não pode fazer isso! Gritou ele.

- Tanto posso que estou fazendo. Agora saia da minha frente! Nunca mais quero vê-lo! Respondi séria.

Inferno! Felipe sempre soube onde eu estava, ficou um ano me observando a distância, articulando a decadência da empresa de Rodolfo para que ele pudesse comprá-la. Nesse momento meus pensamentos foram interrompidos por Suzi, um tanto nervosa, que disse:

- Paola, aquele homem que me agarrou no bar, está na sua sala lhe aguardando.

- Preciso que faça uma coisa para mim. Disse.

- O que precisa? Perguntou ela.

- Diga a ele que me aguarde um pouco, vá até o meu carro e traga um taco de beisebol que está dentro do porta-malas. Respondi.

Suzi saiu e fiquei sozinha. Meu deus! Nunca vou conseguir me livrar de Felipe? O que ele queria agora? Será que Justine estava mesmo fugindo, ou é mais uma artimanha de Felipe para me vigiar? Vou tentar descobrir se Felipe sabe onde ela está. Suzi entrou na sala apressada e com o taco nas mãos.

- O que você vai fazer com isso? Perguntou ela.

- Me defender Suzi. Assim que eu for pra minha sala falar com Felipe, ligue para Camila e diga a ela que Felipe está aqui, e que ela tire Justine de meu apartamento, enquanto converso com ele. Depois que fizer a ligação, vá para a sala da segurança e fique lá, até que eu lhe chame. Respondi séria.