Parte 14 - A importância de um nome

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*Apenas espíritos extremamente poderosos, completamente irados ou demônios podem possuir uma pessoa contra sua vontade.

Henry passou ao todo quatro dias naquele hospital. O fato de não ser incomodado por nenhum espírito não acabou com as suas dúvidas acerca dos espíritos saírem ou não da casa. A parte ruim eram os pesadelos.

Todos os dias foram praticamente os mesmos: Alícia tentava se comunicar com henry, mas era sufocada por uma sombra negra.

Voltou para casa numa quinta de manhã. Ele estava tão exausto que dormiu durante todo o dia até a madrugada de sexta, quando foi acordado pela primeira vez desde que deixara os espíritos entrarem na casa. Ouviu novamente o barulho da corda se esticando. 

Dessa vez porém, quando foi aonde vinha o barulho, o espírito não estava na porta pelo lado de fora. Estava pendurado em sua sala pelo pescoço. E quando olhou para Henry, suas veias macabras e espectrais pulsavam em vermelho, assim como os olhos. Henry deu dois passos cautelosos para trás, e então, corajosamente, correu. Correu o mais rápido que pôde, entrou no quarto rapidamente, e se abaixou para pegar seu precioso livro. Quando se levantou, o espírito estava atrás dele, com uma corda em laço na mão. Olhou para Henry e disse:

- Estou furioso com você Henry. Permita minha entrada, ou morra.

As palavras pulsavam em sua mente, então Henry disse:

- Quod est tibi nomen, daemon? - Perguntou Henry apesar de não saber bem o que isso significava.

- Non refert. - Respondeu o espírito, e Henry continuava sem entender nada. - De qualquer modo, acho que você já sabe mesmo.

Nomen... seria nome? Henry então pensou que tinha perguntado ao Incubus qual seu nome. Mas para que? Tentou se lembrar de quem havia sido morto na sexta. Se lembrava vagamente de alguns nomes que Alícia tinha citado. Enzo, Berta, Gordon, Calvin e alguns outros de que ainda não se lembrava. 

Se o espírito não lhe dizia seu nome, era porque havia algo de importante ali. Deu uma rápida olhada no índice de seu livro, mas quando olhou para cima novamente o espírito não estava mais lá. De repente, sentiu uma corda em seu pescoço, tirando todo seu fôlego.

- Permita! - Gritava o espírito. - Permita ou morra!

Henry só conseguia gemer de dor, enquanto sua traquéia era esmagada. Por sorte porém algo aconteceu. Um sussurro em seu ouvido disse apenas uma palavra: "Calvin". 

Henry se debateu quando o espírito deixou a corda desenrolar em seu pescoço. Respirou ofegentemente e correu novamente para o banheiro. Abriu o livro e tentou encontrar algo sobre nomes. Tinha um pequeno capítulo sobre isso, e dizia que é muito mais fácil se expulsar, ou exorcisar um espírito quando se sabe seu nome, pois é uma certa forma de poder sobre ele.

Então a porta se abriu bruscamente com um grande estrondo e Henry pôde ver seu perseguidor com a corda nas mãos. Olhou bem profundamente em seus olhos e disse:

- Olá Calvin. Acho que não fomos devidamente apresentados ainda.

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