Apenas um Conto de Terror

Parte 19 - Mais preparativos

Henry acordou com uma dor de cabeça enorme.

Não se lembrava muito bem do que havia acontecido, apenas que levara uma surra de um dos Incubus sem a metade da cabeça. Teria que melhorar suas "habilidades de sobrevivência" se quisesse ter uma chance. Foi assistir um pouco de TV e descobriu que era segunda. As buscas pelo padre desaparecido continuavam. Mas o estranho era que se lembrava de ter ido dormir na sexta... Pelo que se lembrava havia enfrentado Calvin... então o próximo espírito a aparecer deveria ser a mulher... e depois os dois garotinhos, mas como eles estavam presos no espelho, não causariam problema algum. Havia alguma coisa errada aí.

Foi ao banheiro e levou um susto ao ver Alícia lá novamente. Teria que se acostumar novamente à sua presença. Aproveitou que ela estava por lá e perguntou o qua havia acontecido.

- Heitor estava prestes a te matar, então eu o impedi. Ele quase morreu - disse ela.

- Mas... você havia dito que espíritos não podem matar outros espíritos. - respondeu Henry.

- Ahn... deixa pra lá. O seu livro está aí? Temos que acabar com esses espíritos de uma vez por todas.

- Sim. Alícia, sei que vai me odiar por isso, mas você vai precisar abrir o porão novamente. Segundo o livro, temos de encontrar os corpos ou ossos e fazer algumas coisas.

Alícia deu um suspiro.

- Tudo bem. Posso fazer isso. Mas você precisará estar protegido, porque eles não vão simplesmente aceitar que você mecha em seus ossos. E, estando perto de seus corpos, não tem nenhum tabu quanto ao dia, hora ou forma em que aparecerão. Todos poderão aparecer juntos...

- Certo. Vou pedir ajuda ao padre...

- NÃO! - Gritou ela - Quer dizer... não. Seria perigoso para ele. Além do mais isso é um assunto nosso. Finalmente vou ficar livre daqueles miseráveis. Sentirei prazer em ver todos eles serem torturados. Tente pedir uma bênção ou algo assim, use crucifixos, beba bastante água benta, tenha sal escondido por todo o corpo entre outras proteções.

Henry foi à igreja novamente. O padre exorcista ainda estava na paróquia, então Henry resolveu ir pedir alguns conselhos.

- Ajudarei no que precisar Henry. Já descobriu qual é o poltergeist? - disse o padre.

- Não, mas tem um porão com os restos de todos os espíritos da casa. Seu eu queimar todos, queimo o poltergeist junto, e todos eles somem... certo?

- Talvez. Tem certeza que tem os restos de todos os espíritos da casa?

- Sim. Pelo menos segundo Alícia.

- Alícia? Quem é Alícia?

- Ah... uma menininha que foi morta por eles... ela está me ajudando.

- O quê? Você acha que um espírito está te ajudando? Henry, só o fato de ela estar aqui na terra ainda, quer dizer que ela não é confiável. Os espíritos bons vão para o além, Henry. Só espíritos cheios de ódio ou loucos por vingança permanecem aqui.

- Mas ela é boa. Ela me ajudou várias vezes.

O padre deu um suspiro.

- Tudo bem - disse ele - se você confia nela, vá em frente.

Então ele deu uma bênção para Henry, que achou estranho não ter sentido nenhum desconforto como das outras vezes.

Chegando em casa, pediu para Alícia abrir o tal porão. Ela se concentrou novamente. As luzes piscaram. Alícia começou a tremeluzir... sangue começou a sair de seus olhos, como das primeiras vezes que Henry a viu. Formou-se uma poça a seus pés, seu vestido e até sua boneca se sujaram. Ela começou a ofegar, talvez pelo esforço, pensou Henry.

Ela disse que a entrada estaria na sala. Chegando lá Henry sentiu uma grande náusea ao chegar à beira do buraco, pois o fedor era horrível. Checou a lanterna, o sal, a água benta, a gasolina, os fósforos, os espelhos (apesar de saber que eles não seriam tão idiotas...) e etc.

HENRY... TENTE NÃO MORRER... SE PRECISAR, PODE ME PEDIR AJUDA... (então Henry ouviu uma risada sinistra)

Henry balançou a cabeça abruptamente. Precisava se livrar daquela voz. Mas aquilo era fichinnha (pensava ele) comparado ao tal poltergeist e os incubus. 

*Pobre Henry, não sabia o quanto estava errado...