para todas as pessoas que (quase) namorei...

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Desculpe. Sei que já pedi antes, sei que repeti isso por centenas de vezes, sei que você me perdoou. Mas eu não, não me perdoei. Então, me desculpe. Desculpe por não ser quem você precisava, desculpe por não me sentir o suficiente para você, desculpe por ser frio, desculpe por não saber receber um amor tão desinteressado e reconfortante. Desculpe...! Por todos os meus altos e baixos. E, por fim, eu peço desculpas por me desculpar demais. Preciso reconhecer que tenho problemas, porque eles sempre estragam o que poderia ser um relacionamento incrível. Começou exatamente como todas as outras vezes: eu conheci, encantei-me, ignorei minha ansiedade, enlouqueci-me, fingi não ser invadido por minha insegurança e enfiei você em minha bagunça. Perdi completamente o controle e comecei a me envolver, mesmo uma vozinha no fundo da minha mente dizendo que aquilo era perigoso para nós dois. Você passou a me ver como um anjo e eu não o sou. Não sou um anjo. Você teria que me conhecer para saber que estou bem longe disso.
Não foi por maldade, ao menos não propositalmente, que fui o meu melhor: gentil, carinhoso, fofo, safado na medida certa. Porque sou isso tudo, só que (e talvez aí esteja o problema) ainda tem mais. E eu não gosto desse mais. Poucas o conhecem e nem todas ficam quando o vêem. Será que você foi uma das que ficou? Ou foi uma das que nunca me descobriu de verdade? O fato é que, em ambos casos, houve um envolvimento maior do que eu poderia suportar. Sei que deveria... deveria ter deixado claro desde sempre que eu não podia suportar. O amor é mais do que posso suportar. Eu sou estúpido quando se trata dele. Não sei o que fazer, não sei corresponder e fico assustado. E por isso me afastei. Eu comecei a ir embora, a dizer o triste adeus, quando percebi que estava perdendo a mim mesmo. Odeio a perspectiva de me deixar para ser de alguém. Não gosto de sentir que alguém tem meu coração nas mãos, que meu emocional não depende mais unicamente de mim.
Tinha você. Além de mim, existia outra pessoa. Então, eu saía. Na minha cabeça, eu já estava fora, mas eu ainda continuava lá com todos os meus melhores gestos. O eu que gostaria de ser não foderia com você dessa forma, contudo o eu que sou já estava fodendo. Porque alimentava seus sentimentos, suas emoções por mim. Tudo isso poderia ser verdadeiro, porém sempre acharia que não era (não para valer). Sou a porra de um egoísta! Pois mesmo sabendo que você jamais poderia me ter, eu ainda te queira só para mim. Então ia levando tudo adiante. Só que nessa parte, eu já mostrei um fragmento da outra metade. Você insistiu... continuou aqui, se fez presente, queira continuar... Posso ter detonado com seu coração, mas você também fez isso consigo. Olha para mim, você me inventou. Você viu todos meus demônios e tentou abraçá-los. Sua criatividade via anjos onde só existia escuridão. Você os romantizou e pensou que era capaz de me curar. Mas não foi como nos livros. Não sou o badboy lindo e charmoso com o passado comprometido que pode ser salvo com uma paixão avassaladora. Isso te magoou.
Magoar você me feriu, pois por mais que eu não quisesse te amar (por ter medo de amar), não queria te machucar também. Então eu saí de vez, definitivamente. Falei para você. Expliquei tudo. Contei, depois de mostrar, que sou inconstante, que te faria mal. E usei isso como desculpa quando na verdade eu só tenho medo de que alguém me ame. Não me sinto digno do amor, não me sinto merecedor de nada que é bom.
Quando peço-lhe desculpas, não é apenas para você. É para mim mesmo também. E é para todas aquelas pessoas que ainda entrarão na minha vida e passarão pelo menos que você.

Com Amor,
Igor.

Textos Não Tão Cruéis Que Devem Ser Lidos Rapidamente [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora