As lembranças da infância de Naruto sempre haviam sido muito vagas, momentos importantes estavam sim guardados, para si e a mais ninguém.
Mas eram poucas as memórias que o faziam se sentir alegre, raros eram os momentos que o deixava feliz. Afinal, depois de passar à entender o que estava acontecendo em sua vida, dificilmente se permitia ser feliz de verdade, mesmo que por instantes.
O seu círculo social era muito limitado, eram poucas as pessoas que deixava se aproximar.
Kiba é um grande exemplo, havia conhecido o amigo quando ainda estudava. O Inuzuka não era de socializar muito também, mas falava com todos que quisessem se aproximar dele, seja qual fosse o motivo.
Ele conhecia muitas pessoas, mas eram poucos que poderia considerar seu amigo e podia dizer com convicção que era a única amizade de Kiba que ele realmente considerava.
Naruto não se lembrava ao exato como se aproximaram, mas a memória que se fazia mais presente era na aula de química, então ele preferia afirmar que era ali que tudo tinha se iniciado.
Haviam caído como dupla em um trabalho e Naruto fizera uma mistura errada, lembrava de tudo explodindo em seus rostos e se divertia toda vez que o momento se tornava presente em sua memória.
- Caralho, Naruto! Meu rosto vai ficar desfigurado, essa merda vai derreter minha pele! - Kiba berrava aos ventos sem se preocupar que deveria poupar as palavras naquele ambiente.
Naruto nunca havia gargalhado tanto quanto naquele dia, com o desespero de Kiba, que o estapeava enquanto praguejava seu nome. As lágrimas escorriam por seus olhos com a risada tão intensa daquele dia, pela primeira vez havia chorado de rir.
Kurenai, a professora e orientadora da época, ainda era muito vívida em suas lembranças, gritando para os dois sobre como eram dois irresponsáveis e se segurando para não xingá-los com palavras de baixo calão na frente de toda a sala.
Depois disso passaram a conversar mais vezes e em boa parte do tempo quando não estavam na escola, estavam nas quadras de basquete ou no quarto de Naruto ouvindo algum lançamento de suas bandas favoritas.
Era um círculo limitado, sendo Kiba seu único amigo.
Tinha sua mãe óbvio, sua jóia mais preciosa e tinha Iruka, seu considerado irmão maior e também babá nas horas vagas, quando ainda era um pivete e tinha acabado de descobrir que dois mais dois era quatro e claro que aquela importante equação quem havia ensinado havia sido ele, Iruka.
Que mais tarde se formou em pedagogia, por adorar lecionar e também por amar crianças e Naruto sentia muito orgulho em dizer que havia sido seu primeiro aprendiz.
E bom, também tinha Hashirama, seu avô. Era um senhor, que apesar da idade avançada, tinha uma aparência que fazia todos duvidarem se tinha realmente a idade que apresentava em seus documentos. Casado com Madara, seu maior e único amor. Os polos opostos, onde um estava sempre tão sorridente e brilhante e o outro emburrado com a vida, mas que bastava ver quem amava que aquele fingimento todo ia para o ralo. Como Madara mesmo gostava de dizer, Hashirama era a luz do sol que iluminava o dia de todos com o seu sorriso e conseguia deixar tudo ao seu redor mais feliz.
Isso até à morte do moreno.
O casal fugiu de casa quando ainda eram jovens, dois adolescentes tendo à opção sexual rejeitada por seus pais. Ambos nascidos em famílias rigorosas e tradicionais, onde dois homens que dividiam a mesma cama eram criaturas abomináveis.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Last Chance
RomanceAquele havia sido o ultimato de Kushina, Naruto tinha noção daquilo. Entendia por completo à reação da matriarca ao dizer que não queria um dia chegar à receber à notícia de que seu filho havia sido morto em uma briga de rua. E era por isso, apenas...