Capitulo 8 - Luigi Stalden

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Acordo assustado ouvindo o som de choro baixo porém persistente, procuro por Samantha na cama e ela está longe de mim deitada em posição fetal segurando os joelhos. Seu choro é de dor, de agonia. Me aproximo dela e toco seu ombro de leve.

- Sam querida, Sam acorda, querida está tudo bem. - A princípio ela se encolhe mais, demora um pouco, mas ela vira para mim e seu rosto está encharcado de lágrimas porém seus olhos continuam fechados, a expressão da sua face é de pura dor.

- Samantha hei acorda. - Ela abre os olhos devagar e demora alguns segundos para se dar conta de onde está e do que está acontecendo.

- Querida, tudo bem agora já passou, foi só um pesadelo e eu estou aqui com você, shiiiii, vem aqui deita no meu ombro.

No começo ainda um pouco insegura ela só me olha, então depois ela se deita em meu peito sem nenhuma resistência, mas ainda chora baixinho. Começo a pensar que talvez a culpa desse pesadelo tenha sido minha afinal ontem eu a fiz lembrar do tempo em que o Evan teve que tomar conta dela durante a noite por causa desses mesmos pesadelos. Passo os dedos em seus cabelos, e aperto ela bem próxima junto ao meu peito, quero que ela se sinta segura, e... ah meu Deus eu quero muito que ela confie em mim, para que eu possa sei lá, de alguma forma tentar ajuda-la. Sinto ela se mexer e levantar o rosto em minha direção.

- Luigi, desculpa ter te acordado desse jeito. - Seus olhos estão tristes e distantes.

- Querida você não tem porque se desculpar.

Ela se apoia no cotovelo e me olha. - Luigi, han... eu vou te contar tudo eu prometo, só me de uns dias, poucos dias, é que... eu só preciso... - Aperto mais ela junto de mim e sinto o seu corpo tremer.

- Tudo bem Sam, você tem esse tempo, eu não vou te pressionar. Claro que não vou te falar que não quero, nem que não preciso saber, mas sei que não é fácil para você, então não se preocupe.

- Não, não vai ser fácil, não posso nem me imaginar te contando toda essa podridão, mas você tem o direito de saber. - Ela se deita novamente em meu peito, continuo fazendo carinho em sua cabeça até que a sinto relaxar, demora um pouco mas ela começar a ressonar. Meus pensamentos voltam a cena dela deitada daquela forma, chorando como uma criança e depois quando acorda, tem nos olhos uma expressão de mais pura dor. Mil coisas vem a minha cabeça tentando explicar o motivo disso, mas todos eles só me fazem pensar em como uma pessoa é capaz de ferir a outra dessa forma.

Tá realmente nunca fui um cara que me preocupava com os sentimentos das mulheres com quem já me relacionei, mas nunca fui capaz de ferir nenhuma delas desse jeito, Samantha é uma mulher forte, não ficaria assim por qualquer coisa, esse choro não foi de quem sofreu uma simples desilusão amorosa, esse choro foi de quem já sofreu bastante.

Passo a maior parte da madrugada acordado, só consigo conciliar o sono quando já está amanhecendo. Acordo mas não abro os olhos, espalmo a cama a procura da Samantha e não a encontro, me sento rápido olhando em volta, e é ai que eu ouço o barulho do chuveiro, passo as mãos pelos cabelos. Me levanto e caminho em direção ao banheiro me encosto na porta aberta olhando para ela que está de costas para mim, ela é linda, o contorno de seu corpo, sua cintura fina, sua personalidade forte, enfim essa mulher não sei, mas ela tem o poder de me desestruturar, me leva a um limite que eu nunca estive antes, me faz querer rever meus conceitos, está me fazendo querer cuidar de alguém que não seja a minha família. Suas mãos sobem e descem retirando o sabonete do corpo, de repente ela se vira passa a mão no vidro e seus olhos encontram os meus, sorri timidamente ao me ver por trás dos vidros embaçados pelo vapor do chuveiro.

Meu Pedaço do Paraíso - Livro 1 (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora