Capítulo 31

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Foi a Bia quem escolheu manter o...

Relacionamento?

Caso?

Pegação?

Qualquer que fosse o nome do que estava acontecendo entre ela e o Lourenço, debaixo dos panos, e aquela era a decisão certa. Ela só não tinha antecipado que seria tão difícil agir com normalidade no domingo à noite. Conversar e comer sentada do outro lado da mesa como se a maratona de sexo da manhã não tivesse acontecido.

A julgar pela ferocidade com que o Lourenço tinha arrastado a Bia de volta para o quarto dele depois que o Fred finalmente tinha ido embora e a Mariana, dormir, ele estava passando pelas mesmas dificuldades.

Alguns botões da sua blusa voaram pelo ar quando ele a arrancou. Sua calcinha virou um trapo inútil ao sofrer tratamento igual. Quando a Bia começou a gemer e choramingar como uma gata no cio, o próprio Lourenço a pôs de quatro e empurrou o rosto dela no travesseiro, para o barulho não acordar a Mariana não-bêbada a meros passos de distância. E o orgasmo foi tão intenso, que ela rasgou — rasgou! — a fronha agarrada nos seus punhos.

Felizmente, ele tinha entendido os motivos dela para ir dormir na própria cama e a deixou ir. Depois da quinta tentativa. No dia seguinte era véspera de Natal, ela precisava de todo descanso que conseguisse, o que seria impossível se precisasse passar a noite vigiando cada barulhinho da casa achando que era a Mariana prestes a pegá-los no flagra.

Mas foi horrível acordar sozinha sabendo que o Lourenço estava logo ali. E igualmente péssimo sentar na mesa do café da manhã, outra vez do lado errado, fingindo escutar com indiferença os planos dele com a irmã, sem ter ganhado nem um beijinho junto com o seu bom dia.

— Você me segue no carro até a locadora, eu devolvo a moto e a gente pode alugar o outro carro lá mesmo, ou você prefere ir direto pro aeroporto e eu te encontro lá? — O Lourenço esperou a resposta da irmã, tomando um gole do café.

— Eu te sigo. O aeroporto vai estar lotado, melhor a gente ir junto.

— Vocês podem usar o meu carro — a Bia ofereceu.

— Se fosse só pra buscar eles no aeroporto, eu aceitava. — O Lourenço pousou a xícara de café no pires com um sorriso que testou toda a força de vontade da Bia. — Mas eles vão ficar até o fim de semana. Vão precisar de um carro, de qualquer maneira.

O tio e a esposa, mais a Alexa, o marido e o filhinho deles iam chegar de Porto Alegre antes do almoço. O Fred também tinha oferecido a casa dele como hospedagem, mas eles recusaram, dizendo que não queriam incomodar. Provavelmente, porque iam ficar mais à vontade no apartamento de Copacabana e, claro, com um carro à disposição.

— Biatriz? — A Mariana se inclinou para a frente. — Você não precisa se preocupar com o nosso almoço. Até eles chegarem e a gente ir em casa deixar as bagagens, vai ficar tarde. A gente almoça lá em Copacabana.

A Bia agradeceu com um sorriso. Não porque ela se importaria de esperar por eles, mas a Berê tinha trazido a filha e a cunhada para ajudar com a montanha de coisa para fazer. Seria injusto exigir que ela preparasse comida para aquele monte gente, quando já estava atolada, adiantando tudo o que podia para a ceia daquela noite, e o almoço de Natal no dia seguinte.

— Vamos? — O Lourenço levantou e foi imitado pela irmã. — E, Bia? Qualquer coisa que você precisar da rua, avisa ao Fred, ele traz pra você.

— Claro! — O Fred rolou os olhos dramaticamente. — Vamos dar mais tarefas pro único que não tá desocupado hoje!

Se a Bia não cortasse aquela discussão pela raiz...

Bem Te Quero [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora