Viagem

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Albafica

Estou muito animado para fazer a viagem, nunca saio do santuário por não poder tocar em outras pessoas, isso faz com que me sinta muito sozinho e triste, meu maior desejo era ter uma vida normal, ter amigos, poderia me divertir e conversar com eles, mas infelizmente tive que abrir mão disso para me tornar cavaleiro de ouro.

No dia que vi a deusa ainda criança no meu jardim de rosas venenosas, entrei em pânico, porque tinha certeza que ela morreria e eu seria o único culpado dessa tragédia pois não estava na minha casa para impedir o seu acesso ao jardim, mas quando vi que nada de mal lhe aconteceu, fiquei muito surpreso e aliviado.

Hoje entendo porque o veneno das rosas não lhe faz nenhum mal, assim tomei a liberdade em lhe dar um abraço quando a vi chorando, mas ela me tratou com tanto carinho que acabei chorando também, essa foi a primeira vez que alguém além do meu mestre me tratou com gentileza já que todos os moradores do santuário me temem por causa do meu sangue.

As 07:30 deixo o santuário acompanhado da minha deusa, não importo se os outros falam mal dela, sei que o seu coração é puro e jamais nos faria nenhum mal, diferente dos outros dourados, eu nunca brinquei com ela quando éramos pequenos, a maior parte da minha vivi em um lugar longe do santuário e só tinha a companhia do meu mestre Rugonis, só vim para o santuário quando me tornei dourado e foi exatamente nesse dia que a vi no meu jardim, depois daquele dia não permiti que entrasse novamente na minha casa, via de longe ela brincando com os outros e as vezes ficava triste por não poder ficar junto deles.

Andamos durante o dia inteiro, não usamos os nossos poderes, viajamos como pessoas normais, usamos o transporte público e conversamos bastante durante o trajeto, fiquei impressionado como ela é tão gentil e tão inteligente, se pudesse ficaria sempre ao seu lado.

No começo da noite, chegamos em uma região onde a vegetação foi devastada por fogo, vi nos seus olhos como ela sofre ao ver tanta vida vegetal e animal perdida, também fiquei triste mas a minha dor não se compara a sua, parece que ela sente as queimaduras das árvores.

Perséfone

Vejo uma floresta que foi devastada pelo fogo e uma imensa tristeza invade o meu coração, lágrimas em abundância caem dos meus olhos, não vejo nenhum sinal de vida da fauna e flora, não entendo porque as pessoas são cruéis e fazem maldade com quem nada pode fazer para se proteger.

Aumento o meu cosmo ao máximo e aos poucos aquela floresta volta a vida, as árvores perdem as marcas do fogo, ganham folhas e frutos, o chão enche de grama, mas a floresta é muito grande e uso muito poder para a restaurar, como a me sentir muito cansada e sinto quando o pisciano me segura em seus braços, me sinto tão confortável com esse contato, ele é tão gentil, carinhoso e acabo adormecendo com o calor do seus braços.

Albafica: Ela é uma deusa, mas não deixa de ser humana, ver tanta devastação foi demais para o seu emocional e também usou muito poder para restaurar essa floresta que ficou tão linda, a ajeito melhor nos meus braços, entro em uma casa perto da floresta, é uma casa pequena mas bem organizada, é um lugar afastado de outras casas, aqui poderemos ficarmos sossegados até ela recuperar sua memórias, com gentileza a deito em um dos quartos, tiro os seus sapatos para que dorma mais confortável e lhe cubro com um cobertor.

Passo alguns minutos a observando dormir, não sei porque mas sinto uma conexão tão forte com ela, mas com certeza é porque ela é a deusa a quem devo proteger, fecho a cortina da janela, saio daquele quarto e fecho a porta com cuidado, vou para o outro quarto, tomo um banho e me deito na cama, mas custo a dormir porque não consigo tirar Perséfone dos meus pensamentos.

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