Sinceridade

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Perséfone

Vejo todos olharem para nós e me sinto desconfortável com isso, não devo satisfação dos meus atos a ninguém, nesse momento percebo que os homens não tratam as mulheres diferente de como os deuses tratam as deusas, ou seja, todos se acham superiores ao sexo feminino, nos tratam como se fossemos objetos para lhes dar prazer ou para satisfazer as suas vontades, pensar nisso me dá muito nojo.

Lembro dos momentos que vivi ao lado de Albafica e acredito que ele pense diferente, em nenhum momento quando estávamos juntos me tratou como se fosse inferior a ele e nem o tratei dessa maneira por ser uma deusa, pelo contrário, nos tratamos com respeito mútuo, somos sinceros o tempo inteiro e sei que toda vez que ele me tocou, não foi apenas para saciar seus desejos carnais, houve carinho e respeito entre nós e nos entregamos um ao outro porque era isso que os nossos corações precisava.

Volto meus olhares para o grande mestre que está a minha frente e tentando demonstrar paciência, falo em um tom firme mas ao mesmo tempo calmo.

Sage, como pediu voltamos ao santuário, mas sinceramente não entendo porque queria a nossa volta se nós dois não somos queridos aqui.

Sage: Lhe perdão por não se sentir bem nesse santuário, mas aqui é o seu lar, prometo que ninguém vai lhe incomodar ou lhe tratar mal. Precisamos da nossa da primavera de volta, nos dias que você estava longe do santuário nós sofremos muito, não só pelas plantas que quase morreram mas também pelo frio inesperado para essa época do ano e também sentimos a sua falta, pois foi aqui que sempre morou e também sabemos que é a única deusa humana e devemos lhe proteger de outros deuses.

Perséfone: Eu nunca fui e nunca serei uma deusa de guerra, na verdade, sou a deusa que mais detesta guerras, sinto falta desse lugar já que foi aqui onde nasci e cresci, mas não aceitarei viver nesse lugar com tantas leis rigorosas contra as mulheres. Entendo que precisam de uma deusa para os comandar e se jurarem me respeitarem como realmente sou, viverei no meio de vocês, abençoarei os seus campos, curarei suas doenças e feridas mas farei várias mudanças nesse lugar e a primeira delas é proibir a máscara que as amazonas são obrigadas a usarem, sempre achei essa lei absurda mas agora que tenho minhas memórias de deusa, a acho muito cruel e desumana.

Assim que acabo de falar, as amazonas jogam aquelas máscaras horríveis no chão e as destroem, lhes dou um sorriso carinhoso, percebo que muitos cavaleiros não gostaram dessa lei que extingue, mas isso não me importa, eu sou a deusa a quem acabaram de jurar lealdade e sou quem faz as leis.

Depois vou para o meu quarto no 13 templo, abro o guarda roupa, jogo no chão aqueles vestidos brancos e sem graça e coloco no lugar deles meus vestidos novos, que são lindos, cheios de vida, alguns são pretos já que é a cor que me deixa mais linda, todos os vestidos são perfeitos para o meu corpo e me deixa mais linda.

Depois vou caminhar pelos campos de cultivo, noto que realmente as plantas sentiam a minha falta, já que mesmo sem saber o motivo dos meus reais poderes eu sempre as abençoa e assim tudo que era plantado tanto no santuário como em Rodorio dava muita fartura e graças a isso vivemos uma grande prosperidade.

Resolvo ir sozinha até Rodorio, não quis pedir para ninguém me acompanhar, pela primeira vez saí do santuário sem companhia, para não me cansar usei o meu teletransporte para chegar no povoado, fui andando calmante pelas feiras, me encantei com algumas roupas e comprei, bom não eram vestidos, mas sim roupas de dormir e também roupas íntimas.

Quando parei para comprar um doce, vi uma cena que me fez ficar muito triste e me deu muita vontade de chorar, o meu belo pisciano estava conversando com uma moça, vi a proximidade entre ambos, pareciam que se beijariam, meu coração se partiu em dois e sai daquele lugar sem que me percebessem. Entro no meu quarto, me jogo na cama e começo a chorar, lembro de algumas almas que recebi no submundo que morreram por causa de decepção amorosa e fica pensando se os humanos realmente são amarem ou se eles são tão insensíveis como os deuses.

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