Sentimentos

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Coré

Estou muito confusa, não consigo deixar de pensar no que ouvi daquele espectro, também não entendo porque não senti medo deles, não sei exatamente o que senti ao vê-los, só sei que não quero os machucar mas também não quero que eles machuquem nenhum dos cavaleiros.

Estou no lugar de outra deusa, isso não é certo, mas esse é o único lugar que eu conheço, não tenho outro lugar para ir e nem conheço outras pessoas além das que moram no santuário, o desespero invade o meu coração e começo a chorar, me sento no chão do quarto e choro tanto que acabo dormindo.

Acordo ouvindo batidas na porta do meu quarto, me levanto do chão e abro a porta, era uma serva trazendo uma bandeja com o meu jantar, lhe agradeço a gentileza mas como não estou com fome não pego a bandeja, fecho a porta do quarto e vou para o banheiro onde me olhou no espelho e vejo os meus olhos estão vermelhos.

Resolvo tomar um banho e fico pensando o que fazer da minha vida, mas infelizmente não chego a nenhuma solução, após o banho coloco uma camisola branca simples e me deito na cama mas não consigo dormir.

Quando vejo que está de manhã, troco de roupa, saio do meu quarto, desço as escadas e chego no meu lugar preferido do santuário, o jardim da casa de peixes, esse é o jardim mais bonito que existe aqui e sempre que estou nele me sinto tranquila, eu adoro cheirar e colher essas flores principalmente as vermelhas que todos falam que são venenosas mas elas nunca me fizeram nenhum mal, chego mais perto de uma e palho, coloco ela mais próxima ao meu nariz para sentir o seu maravilhoso cheiro.

Albafica: Acordo cedo e vou fazer o meu café da manhã, os outros cavaleiros possuem servas mas como não posso tocar em outras pessoas, não posso ter esse luxo, estava terminando de tomar café quando sinto o cosmo da deusa na minha casa, me levanto da mesa e vou até o jardim, sei que ela adora esse lugar, fico admirando ela pegar uma rosa venenosa e a cheirar como se fosse uma for comum.

Meus pensamentos me levam ao passado, lembro da primeira vez que a vi no meu jardim, fiquei espantado quando vi que brincava com as flores, temi por sua vida e não entendi como as rosas não lhe fizeram nenhum mal, mas agora entendo, ela é a deusa da primavera, nenhuma planta é capaz de lhe fazer mal.

Bom dia Coré.

Cumprimento a deusa, a vejo virar de frente para mim e abrir um sorriso, vejo que os seus estão tristes mas isso não diminui a sua beleza, não conheço outras deusas mas não consigo imaginar que alguma delas seja mais linda que Perséfone.

Coré: Bom dia! Desculpe entrar no seu jardim sem avisar, precisava me acalmar e só consigo fazer isso no meio das flores.

Albafica: Não precisa se desculpar, mas para mim ainda é estranho ver alguém ter contato com essas rosas venenosas e não sofrer nada com seu veneno.

Coré: Para mim essas rosas são as mais belas que existem, elas não me fazem mal algum e digo o mesmo de você.

Albafica: Não estou acostumado com ninguém ficar perto de mim, infelizmente tive que abrir mão de ter contato humano para me tornar um cavaleiro.

Coré: Sinto muito por você se sentir solitário, entendo a sua dor e compartilho dela pois que desde ontem ninguém mais querer se aproximar de mim e isso dói muito, estava acostumada a ter sempre companhia para conversar e agora sinto pelos cosmos que todos têm medo de mim.

Albafica: Descobrir que a senhorita não é a reencarnação da deusa Atena como sempre acreditávamos fez com que todos ficassem com mais medo da guerra que se aproxima.

Coré: Eu detesto guerras e também estou muito confusa com essa situação.

Albafica: Ela começa a chorar e me dói a ver tão triste, resolvo fazer algo que jamais pensei que poderia fazer novamente, me aproximo mais dela e a abraço com carinho, sou retribuído da mesma forma e acabo chorando também, sentia tanta falta de tocar em alguém.

Após alguns minutos, nos afastamos um pouco um do outro, olho diretamente em seus olhos, não sinto que ela é alguma ameaça para a terra, se não fosse pelo seu enorme cosmo, diria que é apenas uma linda moça que não se adaptou ao meio onde vive.

Amanhã sairemos em uma viagem para tentarmos fazermos suas memórias antigas voltarem, isso é o único jeito de ninguém mais temer o seu poder.

Coré: Adorarei ficar um tempo longe do santuário.

Fico mais um tempo conversando com o pisciano, até consigo tomar um pouco de café da manhã na sua presença, depois resolvo descer o resto da escadaria e andar um pouco pelo santuário, mas minutos depois, me arrependo de ter saído de peixes pois todos que encontro me tratam com frieza, volto para o meu quarto desejando que esse dia acabe rápido, sinto que o melhor para mim é me afastar do único lugar que eu conheço mesmo me doendo muito fazer isso, infelizmente não sou mais bem vinda ao santuário.

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