Mito - (Romance Lésbico)

Capítulo 14

- Tio Neo?! – As palavras saíram de sua boca sem que ela percebesse. Era claro pelas vestes e a coroa na cabeça que aquele à sua frente era o rei. Mas em outra vida, quando sua única preocupação era convencer sua mãe a fazer o famoso pudim de maça para a sobremesa, ele o tio Neo era o melhor amigo do seu pai que sempre ia visita-los levando todo tipo de doces para a pequena Lírio. E até hoje Arquia se lembrava dele, pois ele era o causador desse seu ponto fraco por doces.

- Quanto tempo pequena Lírio – suas palavras emanavam a mesma doçura e gentileza da qual a morena se lembrava – Mas vejo que não posso mais chama-la de pequena – tinha um sorriso que tomava conta de toda sua feição. Transmitindo sinceridade.

- E nem de Lírio – falou de forma cortante o tomando de surpresa – Me deixei levar por velhas lembranças. Meu nome é Arquia vossa alteza Eneo I – Por um segundo ninguém falou nada, não era essa sua intenção. Mas tinha que demarcar limites. E já não acreditava mais em sorrisos e palavras doces. Hoje em dia todos são bons atores.

- Entendo – sorriu o rei de forma triste, abaixando o olhar como se lembrasse de algo.

- Acho que temos algo mais importante para falar – o rei a encarou como se despertasse de seu transe – O que a Aliança decidiu? – a morena apertou o olhar e ponderou em voz alta - Se bem que eu não acho que o rei em pessoa viria apenas para entregar uma ferramenta tão valiosa que seu mais fiel soldado reivindicou a outro reino.

O rei sorriu: - Que tal nos sentarmos para termos uma conversa mais confortável

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Arquia olhava as estrelas. Estava sentada em um banco bem afastada do resto do pessoal. Havia outros bancos mais a frente, todos formando um círculo em volta de uma enorme fogueira.

Foi decidido que os corpos dos Generais seriam queimados. E antes que se descem conta o lugar já estava cheio de gente, alguns trouxeram bebidas, fizeram pequenas fogueiras para assar carne. Em menos de duas horas aquilo tinha se tornando um pequeno festival. E ao se perguntar qual era a comemoração além da morte dos Generais a maioria dizia: Por estarmos vivos é claro! Bêbados e cheio daquela alegria liquida.

A morena deu uma olhada em volta. O local onde eles estavam ficava entre o acampamento de Ense e Cinéreo. Mas ali havia pessoas de outros acampamentos até mesmo alguns padres de bata marrom da igreja. E em meio a todas aquelas pessoas a mais nova conseguiu encontra Nefera. Ela estava em uma roda de soldados, subordinados diretamente a Joshua, em pé com canecos em mãos, conversavam alegremente, não era nenhuma surpresa, a loira era o tipo de pessoa que atraia aqueles a sua volta, cheia de energia, extrovertida, sempre com um sorriso no rosto. E empatia genuína. Sorriu consigo mesma. Era difícil acreditar que alguém assim gostasse de Arquia, que era o completo oposto.

Voltou seu olha para o céu estrelado. Lembrando-se do que tinha conversado com O Rei Eneo e Joshua. A Aliança não discutiu sobre a possível falta de colaboração da Igreja, ela era um alindo inestimado no momento, mas havia, querendo ou não, escondido informação. E por isso cada rei apresentou argumentos no qual seu reino era o melhor a lidar com a ferramenta recém descoberta. E nesse debate de alguma forma que não ficou muito claro para a morena, o reino de Cinéreo ganhou. No caso ganhou sua posse. Aliança continuava intacta. É claro, a Igreja com toda certeza não deve ter ficado alegre, mas aceitou, pois no momento ela tem cinco reinos contra ela, não seria seguro arriscar. A partir de agora Joshua decidia o que Arquia tinha que fazer, ele era seu "chefe" direto depois do rei.

- Não vai se juntar a diversão!? – Nefera apareceu a sua frente, estava no vestido que Arquia havia lhe dado de presente na cidade de Forgia, era um vestido de chiffon plissado de cor azul com um cinto branco. Suas madeixas douradas estavam em uma trança jogados para a frente, sobre seu seio direito. E na trança havia pequenas flores de tom azul com cinco pétalas cada. Combinava com o cristalino dos seus olhos.