0.2 - 𝒉𝑜𝑟𝑛𝑠

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❝ ela tem sangue frio como gelo
e seu coração de pedra
mas ela me mantém viva
ela é a besta em meus ossos
ela consegue tudo o que quer
quando ela me pega sozinha
como se fosse nada
ela tem dois pequenos chifres
e eles me machucam um pouco ❞

~ 🦋 ~

Verônica saiu do quarto de Cheryl assim que a mesma adormeceu por conta da medicação.

Voltou a andar pelos corredores do hospital e desceu o elevador até terceiro andar.

Porta número 234. - pensou Verônica.

Ao se aproximar do gabinete, percebeu que o Dr. não estava sozinho.

Verônica não deveria, mas decidiu prestar atenção na conversa enquanto esperava p'ra falar com o seu superior.

"Essa médica já está abusando demais! Eu falei que não era para abrir as persianas da janela!" - Verônica ouviu uma voz feminina.

Uma janela? Persianas? Espera... - a morena se questionou.

"Dona Penélope, eu peço realmente desculpas. Isso não volta a acontecer. Falarei para Verônica não abrir mais." - era Derek.

- Mas que merda é essa... - Verônica sussurrou.

"Se essa médicazinha idiota voltar a fazer o contrário do que eu peço, ela sai."

Verônica franziu o cenho mais uma vez. Mas se apercebeu que Penélope estava prestes a sair do gabinete e agiu rápido.

Se afastou e encenou que estava indo à direção da porta. Dando de caras com a mulher mais velha de cabelos ruivos.

- Bom dia. - Verônica cumprimentou forçando um sorriso.

- Quem é você? - Penélope cruzou os braços.

- Verônica Lodge, prazer.

- Você é a médica da minha filha? - Penélope se fingiu de surpresa.

Cobra. - pensou Verônica.

- Sou eu sim. - Verônica confirmou. - Então você deve ser a Dona Penélope...

- Eu mesma.

- Será que podemos conversar um pouco? - a morena perguntou.

- Claro. - a mulher aprovou forçando um sorriso.

- Usem meu gabinete se quiserem. - o Dr. Derek ofereceu.

Verônica e Penélope entraram na porta 234. As duas se sentaram nas duas cadeiras de atendimento.

- Ah... Eu gostava que você me falasse um pouquinho da Cheryl. Eu estive com ela hoje de manhã mas eu queria que você me falasse sobre ela.

- Ela disse alguma coisa sobre mim? - Verônica percebeu os olhos de Penélope ficarem mais enfurecidos.

- N-não. Ainda estamos trabalhando nisso.

- Oh, certo. Bom, basicamente é o que você já deve saber. Cheryl tinha crises de esquizofrenia, me ameaçava, partia as coisas dentro de casa...

- Hm, entendo. A paciente só me disse que você nunca vai ver ela. Porquê isso, Dona Penélope? - Verônica cruzou os braços e semicerrou os olhos.

- Como mãe, é realmente difícil p'ra mim ver minha filha naquele estado. E eu tenho medo que ela fique mais emocional comigo lá. E acabe piorando por saudades.

- Mas não acha que a sua filha sofre mais por não ter a mãe lá?

- Sinceramente, não. Acho que sofreria mais comigo lá.

the help ⋅ cheronica [𝐜𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐨]  Onde histórias criam vida. Descubra agora