Capitulo 6 - A volta para casa (Revisado)

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         Ao chegar em casa senti uma culpa que não cabia em meus ombros. Como eu pudera ser tão fraca e inconsequente? Havia dado a ele o que ele queria, o prazer de me ter a hora que bem entendesse como um cachorro que espera seu dono voltar. Eu não podia me permitir cometer o mesmo erro duas vezes, eu tinha que ser firme independente da minha vontade. Não poderia me permitir esquecer o que ele havia me feito e devia encontrar nisso forças para não cair no seu jogo de sedução novamente. Mas era óbvio que pensar isso agora era fácil, apesar de tudo eu tinha em mente que colocar isso em prática não seria uma tarefa assim tão simples.


       – Como esse homem pode mexer tanto comigo? – Perguntava a mim mesma me jogando no sofá. Vejo o visor do meu celular acender juntamente ao som da notificação, na tela o nome de Jared aparece. – É só falar no diabo que ele aparece. – Murmurei enquanto pegava o celular para ler sua mensagem.


    "Eva você precisa sair agora de seu apartamento.
O carro que te seguiu mais cedo é de capangas de um rival meu e eles estão indo para o seu apartamento.
Saia logo dai e me espere naquele pub, estou indo te buscar"


    – Mas que porra! – Exclamei a mim mesma. Peguei minhas chaves e fui em direção a porta com pressa tentando sair dali o mais rápido possível. Quando abro a porta percebo que já era tarde. Três brutamontes parecendo armários já estavam ali, um deles entrou no meu apartamento me empurrando até me fazer cair no sofá.


     – Quem são vocês e o que querem comigo? – Disse entre dentes pensando em uma forma de pegar a arma que deixo na cozinha debaixo do balcão.


     – Quieta vadia. Você é só uma isca para enfim pegarmos aquele merda do Jared. – Ao dizer isso ele pega um celular no bolso e começa a ligar para alguém. – Pronto, já estamos com a ovelhinha, logo ele aparece aqui para ajudar a namoradinha. – Falou com um tom de deboche. Eles estavam me usando de isca para matar Jared e eu não podia permitir que isso acontecesse, por mais que eu quisesse distância dele isso não incluía ele estar morto e eu também não podia negar meus sentimentos, não seria capaz de vê-lo sendo assassinado na minha frente. Não era a primeira vez em que eu tinha que lidar com pessoas querendo me sequestrar, já havia tido várias vezes armas apontadas para minha cabeça, aquilo para mim não me assustava nem era alguma novidade. Isso me fez lembrar da primeira vez que tive que matar alguém juntamente com Alexander.


𝑸𝒖𝒂𝒕𝒓𝒐 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔.

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     "– É agora gata, é a sua vez de agir. – Alexander me dizia enquanto acendia um cigarro de maconha com um sorriso irônico no rosto. Estávamos em um quarto escuro onde pessoas condenadas no que o jornalismo sensacionalista chama de 'tribunal do crime' eram assassinadas.

   
      Ali na minha frente um estuprador em potencial, mais de 30 casos de estupro incluindo crianças e adolescentes. Apesar do nojo que eu sentia dele naquele momento, não sabia se queria fazer aquilo, não sabia se queria mesmo carregar o peso de um assassinato nas minhas costas, eu realmente já não me reconhecia mais. Tentei mirar em seu peito, minhas mãos tremiam e eu podia sentir o suor em minha testa escorrendo por meu rosto até cair no chão, pude até mesmo ouvir o barulho da gota toca-lo. Não sabia se era paranóia da minha cabeça, se eu estava ficando louca. Sentia um forte odor como de enxofre naquela sala escura, a única coisa que iluminava o ambiente era uma luz amarelada piscando sobre a cabeça do estuprador amarrado na cadeira, era como um filme de terror, podia sentir o peso de todos as mortes que já deveriam ter acontecido ali e isso me causavam calafrios apesar da temperatura ambiente. Queria sair correndo dali, me esconder, sair dessa vida mas era tarde demais para isso.

Amor à Segunda VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora