Capítulo 31

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Capítulo 31

Dean

Não consigo descrever como é boa a sensação de saber que a Olivia não me esqueceu, que ela não perdeu a memória de todos os momentos incríveis que passamos juntos. Saber que ela perdeu cada toque, cada jura de amor e cada eu te amo, falado, seria como perder uma parte de nós.

— No que você está pensando? — Ela me pergunta.

— Em como sou grato por você estar do meu lado nesse momento, e também pelo Paul ser um idiota. — Respondo.

— Somos dois. — Ri. — O que você fez com ele?

Sei que essa é uma pergunta que ela tem tentado se segurar para não fazer, e é a que eu gostaria de ter evitado até o dia da nossa morte. Mas não quero que a nossa vida junto seja cheia de segredos e de coisas não contadas.

— Eu o deixei lá para morrer, com o peito aberto e um rato dentro dele. — sou direto, não vou fantasia e dizer que fui rápido.

Olivia me conhece, talvez não tanto como eu gostaria que fizesse. A questão é, eu não quero que ela se sinta obrigada a ficar comigo mais tarde, quando descobrir esse lado meu, da mesma forma que quero alguém que possa me aceitar por inteiro, assim como os meus pais fazem.

Não posso viver sem a Olivia, mas não posso viver com ela sabendo que não sou aceito. E matar e torturar pessoas é uma parte de quem eu sou, uma parte que não embora.

— Ele mereceu. — É a resposta dela, é quando a encaro. — O que? Você achou que ia me falar isso e eu sairia correndo? Dean, não sei se tudo o que o Paul disse naquele lugar te falou de alguma forma. Mas o que eu sei, é que o meu amor por você continua o mesmo.

— Bom, porquê eu não conseguiria te deixar ir para longe de mim. — Respondo.

Uma batida na porta chama a minha atenção e logo a minha irmã e entra, ela está carregando a Helena em seus braços e logo atrás dela tem um casal. Ambos parecem estar cansados e com olheiras, a mulher está chorando e o homem a abraça.

— Ela veio se despedir. — Minha irmã coloca a Helena na cama com a Olivia, e em seguida coloca a mão no meu ombro.

Ela está tentando me consolar.

Por um momento eu penso em como seria estar no lugar desse casal, toda a dor e desespero de estar longe da filha, e não fazer ideia de onde ela possa estar. É nesse momento de clareza, que as coisas se encaixam e eu percebo que preciso deixa Helena partir e ter uma vida junto com a família dela.

— Nós queremos agradecer a vocês. — A mãe da menina diz, assistindo a interação entre ela e a Olivia. — Quando a Helena sumiu nós perdemos a cabeça, tentamos de todas as formas convencer a...— Ela não consegue dizer o homem da outra filha, e eu entendo isso. — Ela não nos escutava, estava fora de si.

O marido dela coloca uma mão em seu ombro, espelhando a ação da minha irmã.

— A minha filha não era uma pessoa ruim, ela só passou por uma fase péssima. — Conta. — Depois que o namorado terminou com ela e então ela perdeu o bebê.

Não sei como dizer para esse homem que a filha dele não estava em um surto psicológico e sim tomada por raiva e rancor. E ele não saberia diferenciar uma coisa da outra, já que nunca esteve frente a frente com o mal que estava dentro dela.

Mas eu já vi aquilo muitas e muitas vezes, e em todas elas não era o psicológico da pessoa que estava doente.

— Não posso dizer nada da sua outra filha, eu não a conheci. — Minto e a Olivia me olha, ela sabe que essa é a nossa mentira.

Amor Por Acidente - Descendentes Do Crime - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora