New Boy - [Seungpyo]

17. O que faremos?

-O que faremos agora? - Dongpyo me perguntou.

Nós dois nos sentamos apoiados no guarda roupa, um ao lado do outro. Eu não havia pensado muito nessa parte. Nós dois sabíamos agora o que sentíamos um pelo outro. Mas e depois?

-Não sei - eu digo - acho que continuamos sendo o mesmo Seungwoo e Dongpyo. Nos amavamos antes e vamos continuar nos amando agora.

-Mas precisamos contar pra todo mundo?

-Só se você quiser.

Observo que ele estava pensando. Eu mesmo não sabia se queria que todos soubessem. Iria pegar mal eu namorar um garoto mais novo do que eu? As pessoas iriam falar.

-Ninguém precisa saber o que sentimos - diz Pyo - apenas eu e você.

Ele estava olhando diretamente para meus olhos e eu não consegui me conter e  lhe dar um selinho. Ele repousa a cabeça em meu ombro e eu entrelaço meus dedos nos seus.

-Se você quiser assim, está feito.

-Promete que nunca mais vai parar de cuidar de mim? - ele diz - Não importa o quão irritante eu for?

-Se eu não te larguei até agora, não vou te largar nunca.

Ele sorri e abraça minha cintura. Me pego sorrindo também, apreciando cada segundo de felicidade que eu estava tendo. Até alguém bater na porta.

-Quem será? - eu pergunto.

-Esqueci de te dizer, marquei com os meninos de ver anime hoje.

Ele se levanta e abre a porta, Dohyon e Junho entram logo depois se sentando perto de mim, enquanto Pyo colocava Banana Fish na tv. Ele volta a se sentar do meu lado. E em alguma parte do episódio, sinto sua mão procurar pela minha, nossos olhos não desgrudavam da tv, mas nossas mãos se encontram. Tudo parecia errado e perigoso, mas ao mesmo tempo pareci tão certo e seguro. Como se eu fosse seu abrigo e ele fosse o meu.

Mais uma batida na porta me faz questionar quem mais estaria ali. Olho para Pyo e já imagino a pessoa que estaria ali. Ele sussurra um pedido de desculpas e por mais que eu não me sentisse confortável, decido levar numa boa, afinal, não havia mais motivos para ter medo. E foi então que Yohan se juntou a nós, entrando sem nem perceber que eu estava ali, ou então estava apenas fingindo. Ele se senta distante pelo menos, ao lado de Junho, Pyo volta a sentar próximo a mim e me da um sorriso que conforta todo o sentimento de tensão que eu tinha pelo nosso recente convidado.

-Eu te amo - ele diz baixinho pra ninguém ouvir antes de deitar sua cabeça em meu colo, como se estivesse implorando para receber carinho, e eu lhe dou leves cafunés.

E não tinha pessoa no mundo que iria tirar esse momento de mim. Que iria tirá-lo de mim.