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MARIA JÚLIA 👄

Acordei com duas batidas na porta do meu quarto, era sábado e eu queria dormir apenas mais um pouquinho, era pedir muito?

Vítor: Maria Júlia preciso de você na mesa do café agora! — falou daquele jeito sério e formal que só o meu pai sabia fazer —.

Fiquei alguns segundos com os olhos fechados e a mão no rosto, sentei na cama e aquela imagem veio na minha cabeça novamente.

— Kalebe estava saindo de um dos quartos da mansão do Igor com uma loira falando algo em seu ouvido, enquanto ele ria e arrumava a gola da sua camisa —.

Maju: pai, hoje é sábado, sério isso? — falei alto e ouvi os passos dele indo em direção a escada e sentei na cama —.

Carol: se eu fosse você eu realmente levantava — ela abriu a porta e estava lá, arrumada com o seu sorriso divertido no rosto —.

Maju: não enche hoje, por favor.

Carol: credo, o que houve? — perguntou preocupada, eu nunca acordava mal humorada por incrível que pareça —.

Maju: depois falamos disso.

Meu pai fazia questão de ter na mesa do café todos os dias suas duas filhas, que no caso seria eu e Carol que é 5 anos mais nova do que eu.

Nossa irmã mais velha, Chloe, era casada e atualmente morava fora, ela é 6 anos mais velha do que eu e casou com o filho de um outro general aos 23 anos.

Tomei um banho rápido e me troquei, desci as escadas e eles ainda estavam na mesa.

Maju: no que eu posso ajudar senhor Vítor? Hoje é sábado e o senhor sabe que não temos obrigação de tomar café da manhã juntos assim tão cedo — dei um beijo em sua bochecha arrancando um sorriso do meu pai que não era tão fácil —.

Vítor: irei viajar daqui a pouco para uma reunião em Brasília, e esse é o seu discurso para a apresentação na quarta-feira — me entregou um enorme papel e revirei os olhos ao pegar —.

Maju: mais não será agora papai, pra que tanta pressa? — falei enquanto colocava meu café na xícara —.

Vítor: você irá ler um belo discurso para os jovens carente do evento, que estão começando a vida e precisam de motivação.

Carol: Maju não seria o tipo certo pra isso pai — ela falou dando uma risada divertida o que me fez mudar a idéia de chuta-la por debaixo da mesa —.

Maju: acho que está convidando a filha errada, mais irei. Claro — dei um sorriso forçado e revirei os olhos quando ele riu — acordou feliz hoje não é? Aposto que não irá viajar sozinho.

Carol começou a tossir me fazendo rir ainda mais, terminamos o café falando de coisas aleatórias e como eu estava indo na faculdade de direito.

Não demorou para ele ir ao quartel e depois viajar, levantei e corri para o meu quarto.

Kalebe e eu ficávamos desde o ensino médio da escola, ele veio do Rio Grande do Sul para São Paulo, antes da gente ficar sério ele havia feito a festa com todas as meninas possíveis, porém isso foi até assumir o nosso "relacionamento" bem conturbado.

Havia mais de 20 ligações e mensagens dele no meu celular, recusei e apaguei todas, eu precisava parar de ser trouxa e voltar a ser quem eu sempre fui: coração de pedra.

Bia: Maju, sério, sai dessa cama — falou parada em frente com os braços cruzados —.

Maju: é sério, hoje eu não tô afim de nada — virei de lado na cama dando um espaço para Bia —.

Somos amigas desde quando entrei no infantil na mesma escola que ela, nossos pais se conhecem, o que sempre facilitou nossa amizade e perdidos tambem.

Bia: o que Kalebe fez foi ridículo, mais essa não é a Maju que eu conheço.

Maju: e quem é a Maju que você conhece?

Bia: a Maju que eu conheço já estaria se preparando para uma noitada daquelas no estilo que a gente mais gosta — arregalei os olhos balançando a cabeça e ela afirmou que sim — sim, sim, sim... aquela balada que ninguém nos conhece e muito menos sabe quem são os nossos pais.

Maju: faz tempo que a gente não faz isso, seria interessante — dei um sorriso de lado e ela riu —.

Bia: e estou ansiosa para fazer hoje — mordeu os lábios — te busco as 21h.

Carol passou o dia estudando, ela era o meu orgulho.

Brigávamos muito, porém ela sempre estava ao meu lado eu estando certa ou não... e quase sempre eu não estava.

Tomei um banho demorado e estava de roupão passando maquiagem quando ela entrou.

Carol: vou dormir na casa da Nicole, o papai já sabe.

Maju: pede pro motorista te levar, irei usar o carro hoje — desviei o olhar para ela e sorri — vou tomar cuidado e juízo, não precisa nem falar — rimos juntas —.

MANDONA Onde histórias criam vida. Descubra agora