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MARIA JÚLIA 👄

Segunda-feira era o dia oficial de preguiça, como eu estudava à noite me dava o luxo de levantar as 9h para ir malhar.

Academia era a minha terapia, ia todos os dias de manhã e adorava quando malhava perna.

Coloquei meu fone de ouvido, mergulhei nas músicas e malhei por 2 horas.

Todos os dias eu lutava com esse monstro que habitava dentro de mim, desde pequena sempre fui difícil de lidar, meu pai sempre fez questão de me lembrar isso. Mas, quando minha mãe faleceu as coisas pioraram por mais pequena que eu fosse, até hoje sofro de saudades dela. Porém, o meu orgulho não me deixa pedir ajuda, sofro calada e lido comigo mesma.

Bia passou em casa para me buscar, fazíamos faculdade juntas, apenas o curso era diferente.

Revezamos a carona e hoje era o dia dela, entrei no carro e fomos conversando.

Bia: precisamos repetir a dose de sábado — rimos e continuamos andando pelo pátio —.

Maju: eu acho justo — rimos —.

Bia: aí aí... — falou debochada e desviei o olhar dela, era Kalebe —.

Desviei o olhar para frente e continuei andando, sua mão fria segurou meu braço mas me soltei com força e continuei andando.

Kalebe: Maria Júlia — falou baixo porém o suficiente para eu escutar — você precisa falar comigo, por favor.

Maju: você quer passar vergonha agora ou depois? Me fala porque tô doidinha pra isso acontecer. É melhor, essa vergonha é no débito ou no crédito? Porque olha — joguei os cabelos para o lado e Bia deu uma gargalhada divertida ao meu lado, prendi o riso e continuei andando —.

Kalebe: você precisa me desculpar, eu não queria fazer aquilo.

Maju: não? Então a porra do seu pau fodeu aquela mulher sem querer? Ah por favor Kalebe, por favor! Poupe o meu tempo e o seu também.

Kalebe: não seja debochada, você não sabe o que aconteceu lá.

Maju: não preciso saber porque eu vi com os meus próprios olhos, não nasci ontem e que bom que eu vi né,  porque louca é a mulher que confia em você.

Kalebe: você precisa me escutar.

Bia: Kalebe não força a barra, da um tempo.

Kalebe: cala a porra da boca Bia ninguém...

Diogo: algum problema aqui? — chegou bem na hora, Diogo era o "amor" enrustido da Bia, me divertia com a história dos dois — algum problema Kalebe? — olhou diretamente —.

Diogo era o dobro do tamanho de Kalebe, bem bonito e também era do exército.

Eles se conheciam, trabalhavam juntos então precisavam manter o respeito.

Fui direto para a minha sala e deixei eles lá fora, precisava tentar focar o que era difícil, não pelo Kalebe mais sim pelo homem misterioso da balada.

Será que iria vê-lo outra vez?

Aquele toque me dava arrepios só de imaginar, suas duas mãos segurando minha cintura e descendo até minha bunda me apertando, me puxando para encostá-lo nele.

Eu estava surtando só de imaginar o quão bom seria senti-lo outra vez.

Acabei não saindo para o intervalo, fiquei fazendo o trabalho que o professor de penal passou, só tinha mais 2 anos de faculdade e não via a hora e conseguir um estágio para aperfeiçoar o que eu estava aprendendo.

22h20 o professor dispensou, peguei minha bolsa e sai pelo corredor até chegar na entrada da faculdade.

Bia: já estava preocupada, você não me respondeu desde quando entrou.

Maju: cabeça longe — dei um breve sorriso e ela revirou os olhos —.

Bia: eu te conheço como ninguém, sabia?

Ouvimos risadas e era Kalebe e a mesma loira da semana passada.

Ah ótimo, ela é aluna da faculdade e seria obrigada a aguentar ele querendo me provocar.

Sua mão tocava os cabelos loiros da moça enquanto descia até sua bunda, sério que ele achava bonito fazer isso em público? E ela? Meu Deus.

Diogo: acho que tem alguém querendo te provocar — ele riu e mexeu nos fios solto do cabelo de Bia —.

Maju: única coisa que sinto é pena — revirei os olhos —.

Diogo: preparada para o discurso amanhã? — ele riu e precisei empurra-lo —.

Maju: não diga que meu pai te colocou para ir naquele evento uó? — os dois gargalharam com a minha cara insatisfeita — sério, é a cara da Carol falar tudo aquilo mais a minha? Não, não, não — balancei a cabeça rindo —.

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