Não sei ao certo onde me encontro, mas na minha época, estou no reino de Bringforg, a 203 depois do começo.O grande começo. O que foi um sinal de modernização em nosso mundo. Mudou toda a nossa visão local, foi o que Frey Meliny me disse em relação à história de meus antepassados.
"Princesa Loury, por favor, vossa realeza precisa prestar atenção aos aprendizados." Às vezes ele podia ser muito chato, mas segundo ele mesmo, tutores não são para serem zelosos com seus disciplinares. O que também acho uma grande farsa, pois a maior parte do tempo ele me apresenta formas de aprender bem mais ativas, o que o torna mais sereno, em meu ponto de vista.
"Princesa! Se realmente se importa comigo, preste atenção, pois sabe-se que não é costume um homem tutor ensinar jovens de sexo oposto. Nem é normal seu pai querer dar a sabedoria das letras a uma mulher", Meliny disse, já cansado. Classe alta é cheia de regras. E desprezo o fato de meu sexo ser o descaso, por ele sou limitada de explorar o mundo em qual estou, os reinos vizinhos do meu a qual vivo desde que me reconheço por Loury Castebill .
Quando penso, deve ser mais divertido não ser da realeza. Ou ser um pássaro. Um corvo, eu seria um. Pelo menos pelo que li são aves extremamente inteligentes e calculistas, se é que um pássaro possa sê-lo. Mas a forma como voam, caçam e vivem é libertadora. Uma liberdade que vou conquistar e não só por ser a próxima rainha de Bringforg, mas sim por eu mesma conquistar os reinos todos e me tornar Imperador. A primeira. A primeira a conquistar e ter a força mais valorizada. Meus inimigos sentirão medo, o povo, amedrontamento. Não quero que me amem ou me admirem com esperanças adulteras.
Quando me olho, só vejo esperanças de uma falsa "eu". Não sou o que querem me expor, eu sou uma selvagem acorrentada pelo sangue real, um ser vivo que não tem escolha de viver, pois, supostamente, meu destino já está predestinado. Sou uma jovem, que com seus apenas 17 anos, interpreta melhor uma vida que um poeta. Interpreta melhor a guerra que um general. Conhece melhor as classes que os próprios monarcas. Acho que por isso não consigo me "socializar" com jovens da mesma idade. E acho que é, também por isso, que não consigo aceitar nenhum pretendente. Acho que por o chão não me alcançar e acreditar em certas baboseiras, pois sei que o são, como amor á primeira vista.
"Poderia me dizer o assunto ao qual estava me referindo hoje?" Desvio meu olhar anil para meu tutor. Sua expressão é de dúvida, mas mesmo não prestando atenção, de alguma forma eu o ouço.
"Planejamentos de guerras a combate físico e planejamentos de território", disse. "O que provavelmente não ocorrerá comigo, pois não me deixaram lutar." Meliny pega um das centenas de mapas da prateleira empoeirada da grande biblioteca, ao seu lado.
Sempre falando a mesma coisa. Pelo menos, desde que meu pai me pegou treinando com os guerreiros em uma batalha a espada, mesmo disfarçada de garoto e derrubando todos, desde então não posso mais treinar junto dos demais e não treino, lá.
"Muito bem." Ignorou meu comentário e deu continuidade á lição. "Como já se sabe não se pode..."Estica o mapa na mesa e continua a lição. Adoro vê-los. Sei-os todos de cor, cada montanha, cada rio, estrada, vila, reino, tudo que possa me ajudar algum dia já o está na minha cabeça inútil para ser princesa. Não queria saber de algo que já vi. Me perco novamente ao olhar a janela. A janela a qual eu saio de noite para caçar e treinar, com um dos filhos do guerreiro de seu rei, meu único companheiro e amigo. Angel, um menino de dois verões a mais que eu, que seria lindo se não fosse por sua teimosia extrema. Em árvores na densa mata a onde exploro. O meu refúgio. Vejo um corvo passando e empoleirando-se na janela. Aqueles olhos negros como a noite de meus cabelos, suas penas mais escuras que nanquim, mas sua expressão bem emotiva e espiritual. Com as aventuras que desejo escritas em sua face...
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OS DEUSES ENFURECIDOS-Eu sou Loury Castelbill-
ФэнтезиLoury Castelbill foge por ser culpada de algo que não fez. Corre contra os deuses que a odeiam e faz amizades perigosas. Os apaixonados por ela acabam a traindo, e, com toda a certeza, aqueles que ela aprendeu a amar correm riscos inimagináveis! Se...