capitulo-4

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Meus braços em chamas das sombras me evadindo sem destreza mas também numa lentidão absurdamente dolorosa. Olho desesperada ao meu redor e a única imagem que vejo é a sala do trono. CHEIA. Todos me olhando, como se eu fosse um monstro.

" a matem" gritam de um lado.

" Tirem essa aberração daqui" gritam do outro.

"foi enfeitiçada" gritam atrás de mim.

E na minha frente meu pai morto, minha mãe morta e meu irmão aterrorizado.

" MATEM-NA" ele grita mais alto.

Olho para minhas mãos. Agora não é só o negro esfumaçando meu braço, agora tem sangue também nelas e em meu punhal.

Levanto minha cabeça novamente. Estou na mata. CORRENDO. Sem conseguir parar. Estou sendo perseguida, pois ouço passos atrás de minha pessoa. Meu corpo está em chamas. Tremendo. Com sangue. Minha visão está embaçada, como se olhasse para trás.

BARRY e JORGY

O que eles fazem aqui?

Viro mais uma vez a cabeça para frente e bato com tudo em algo duro. Um espelho no meio da mata. Espera. Um cubo de espelhos ao meu redor. Minha imagem diferentes em todos eles. QUAL DELES EU SOU? sou um monstro negro? sou uma criatura cega? sou alguém sem vida? estou morta? o que aconteceu? matei meus parentes? como não lembro de nada disso?

giro em torno de mim mesma varias, varias, varias vezes surtando.

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Soco o vidro quebrando-o e expondo minha verdadeira realidade, contudo, não consegui enxerga-la a tempo...

Soco o vidro quebrando-o e expondo minha verdadeira realidade, contudo, não consegui enxerga-la a tempo

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Levanto desesperada da minha cama.

De súbito, examino minha localização, meu quarto.

Meu refugio arriscado.

"filho da puta" xingo alto ao ver minha mão cortada por profundos cacos de vidros da vela que ficava ao meu lado da cama. Levanto-me sabendo que logo Lisa estará aqui, pois o sol já nasceu, e vou até minha janela ver seu despertar. Tiro os vidros e jogo pela janela, faço pressão com a minha mão boa e respiro, sem nem ter me dado conta de que eu havia o parado de fazer.

Perto de minha única janela digna de se olhar- não que as outras tenham algum problema- mas essa janela tem os detalhes antigos com parte da história do castelo e graças a mim e as minhas tintas, deixei memorias cravadas em tal janela. Partes brancas pintadas, partes verdes desenhadas em espirais e folhas, vermelho para pequenas flores silvestres, essas pinturas rupestres que fiz ao longo dos meus anos trancada nessa família real. Nisso lembrei do sonho. Quem era esse eu para assassina-los? Não sei também, mas mesmo assim tenho o pressentimento de que vai acontecer tal coisa, sendo assim a culpada.

OS DEUSES ENFURECIDOS-Eu sou Loury Castelbill-Onde histórias criam vida. Descubra agora