Dia 1

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Onze da noite.
O meu quarto.
Eu, em cima da cama, com phones pretos e uma camisola comprida e meias.

I just want to die in the firelight.

O idiota do João deixou-me! Aquela besta quadrada trocou-me por uma vadia qualquer da equipa de voleibol.

Eu, a chorar no meu quarto enquanto ponho a música no máximo.

Aquele idiota! Eu odeio-o! Aquela besta!

O meu telemóvel começa a tocar. É o João. Nem atendo, não vale a pena. Eu odeio-o. Ele vai dizer que era tudo mentira, que é a vitima no meio de tudo. Que quer que eu o perdoe e etc e tal.

Deixo aquilo tocar. Não me importa. Tenho os phones tão altos que nem ouço os meus pensamentos.

Era essa a ideia.

Quero distância de tudo. Não quero nunca mais ver a cara dele. Não quero.

O telemóvel para de tocar e ouço o som de notificação.

Era o João, como é óbvio.

" Desculpa (já está a começar bem) mas tu és a maior cabra que eu conheço e não vales nada. Ainda bem que me viste com a Marta, assim já não preciso de te dizer nada. Era dispensável o drama todo que fizeste."

Atirei o telemóvel para o outro canto do quarto.

Aquela grande besta! Sacana de uma figa!

Eu queria arrancar o coração dele e fazer um ritual satânico com ele. Queria arrastar a cara dele pela estrada até só se ver sangue.

Queria fazer um funeral tibetano com ele. Só falta a faca.

Pena não haver abutres nas redondezas

PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora