A Chagada

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(...) Depois de todo sofrimento, lá estava ele deitado à beira de um lago. Tudo girava, e meio sem saber o que aconteceu pensou consigo mesmo:

"Onde eu estou? O que aconteceu? Tudo que lembro é o sentimento de medo e agonia. Uma sensação que parecia que meu corpo estava sendo espremido, esticado, partido e reconstruído infinitas vezes... Parecia que eu tinha dado um mergulho num turbilhão de desespero".

Ele levantou e caminhou até a beira do lago até cair com os joelhos na água. Lavou o rosto e respirou fundo. Alguns flashes lhe vieram à mente, mas nada fazia muito sentido. Ele voltou a sentir aquela mescla de sentimentos. Ficou zonzo, parecia que o céu cairia sobre sua cabeça. O coração batia tão rápido e forte que se podia sentir em todo corpo. Mais e mais flashes vieram, e então tudo ficou tão claro quanto a mais forte luz.

"Então... Então foi assim que aconteceu?! Foi um buraco negro. Mas como? Como ainda estou vivo?"

De repente ouviu barulhos de explosões. Ele levantou rápido, porém ainda estava tonto e caiu sobre a água. As explosões continuavam, ele levantou e como qualquer outra pessoa, correu para o lado oposto às explosões. Mas mesmo assim elas só aumentavam, até que algo veio voando em sua direção. O impacto do objeto com o solo deixou uma cratera enorme, saindo da poeira veio uma mulher vestida de preto, com olhos amarelos como o sol, e usando uma espada de tamanho desproporcional ao seu corpo.

— O que está fazendo?! Saia logo daq-...!

Ela foi interrompida por um laser que a atingiu em cheio. Ela foi arremessada alguns metros para trás — Aqueles malditos! — Um grupo formado por cinco androides e três cyborgs com armas no lugar do antebraço esquerdo e segurando um escudo no direito vieram correndo atirando contra ela. Em seus peitos estava o símbolo da guilda de caçadores de recompensas de Acácia, um corvo sobre uma maça.

O garoto se escondeu atrás de uma árvore próxima e apenas observou. Afinal o que ele poderia fazer?

A mulher parecia ferida, mas mesmo assim continuou lutando. Desferiu um golpe na horizontal que acertou dois androides, partindo-os ao meio. Aproveitando a distração da mulher um dos cyborgs tentou uma investida por trás, ela conseguiu desviar por pouco, e aproveitando o movimento ela arremessou a espada, que atravessou o peito do cyborg que voou para trás caindo pesadamente sobre o chão.

Um androide e um cyborg vieram atirando. A mulher pegou um dos escudos e o arremessou, pegando em cheio na cabeça do androide. O cyborg continuou avançando disparando vários tiros contra a mulher. Ela então se preparou e deu um soco com toda a força no peitoral do cyborg, que se despedaçou com o impacto. Os outros dois androides foram em uma investida frontal contra a mulher, que recuou alguns passos, mas apenas para pegar a espada que estava no chão. E então usando dois movimentos ela cortou o primeiro androide num golpe diagonal, e sem parar o movimento, com um corte seco no voltando a espada por onde veio, ela desferiu um golpe na horizontal no outro, que caiu dividido em dois.

Faltava apenas mais um, porém esse era diferente. A arma que estava em seu antebraço desapareceu. Algo incomum, pois era para ser permanente. Algo mais incomum ainda aconteceu. Ele largou o escudo, e em seguida suas mãos começaram a brilhar um forte e intenso brilho amarelo. Mesmo com o sol à pino o brilho era muito visível.

— Só pode ser brincadeira... Mas que mer-...!

Antes que a mulher terminasse de falar o cyborg avançou disparando um poderoso raio de energia das suas mãos. Ela tentou usar a espada, mas o cyborg foi mais rápido. A mulher jogou a espada no cyborg, que desviou como se não fosse nada. A mulher aproveitou a chance e avançou com tudo para tentar acertar um golpe final.

Ela levantou o punho e deu o soco mais forte que pôde. O impacto fez a poeira subir, mas infelizmente o cyborg defendeu o soco.

A mulher já estava fraca, e seus ferimentos doíam muito. Os olhos que antes emitiam um forte brilho, agora não mais o faziam. O cyborg tinha defendido o soco com a mão esquerda, e com a direita deu um forte soco no peito da mulher, que foi jogada oito metros para trás.

As Crônicas de ZesthiryaOnde histórias criam vida. Descubra agora